quinta-feira, 22 de maio de 2008

ESPIRITISMO KARDECISTA: ANTECEDENTES DA CODIFICAÇÃO

Todos sabemos que os fenómenos espíritas datam desde os tempos mais antigos da antiguidade e encontram-se disseminados ao longo do tempo e no espaço.
Encontramos fenómenos espíritas tanto nos povos mais selvagens, quanto entre as culturas mais civilizadas e evoluídas, embora estes fenómenos tivessem uma presença mais acentuada em determinadas épocas, assumindo assim um carácter mais definido, como que prenunciando a eclosão de um novo ciclo para a humanidade.
Os fenómenos espíritas que foram acontecendo ou traços de interferência dos espíritos ocorridos desde o inicio da origem do homem, diferem dos antecedentes do espiritismo, dado que uns aconteceram como casos esporádicos, os antecedentes do espiritismo, denotam já se assim lhe podemos chamar “uma invasão espiritual organizada” com determinados objectivos bem definidos, preparando o advento da terceira revelação.
Geralmente a data que se costuma fixar como passo inicial da história do espiritismo, acontece na época das mesas girantes, na França, em simetria com os fenómenos ocorridos a partir de 31 de Março de 1848 em Hidesville, Rochester nos Estados Unidos, através das irmãs Fox.
Encontramos no entanto diversos precursores do Espiritismo, tais como:
Emmanuel Swedenborg
Edward Irving
Fenómenos das comunidades dos Shakers
Adrew Jackson Davis, entre outros.

Um dos pioneiros a anteceder a invasão dos espíritos no mundo físico em que vivemos, foi Emmanuel Swedenborg, médium vidente de grande potencialidade, ele apresentou uma teologia que mais não era do que a verdadeira antevisão dos princípios básicos da doutrina espírita.
Este médium possuía a chamada “vidência à distância” na qual a alma se afasta do corpo momentaneamente e vai buscar informações à distância, regressando com notícias do que ocorreu nesses lugares.
Ele afirmou a pluralidade dos mundos habitados e a inexistência de penas eternas. Para ele, anjos e demónios, eram simplesmente seres humanos que haviam vivido na Terra, respectivamente espíritos evoluídos e espíritos mais atrasados em processo de aprendizagem e evolução.
Edward Irving vive entre 1830 e 1833 uma experiência psíquica ele e os fieis da sua igreja escocesa.
Este pastor protestante, grande estudioso bíblico, desenvolveu num grupo fechado estudos que levam a manifestações internas, acontecendo fenómenos de verdadeira força psíquica actuando no mundo material.
Para além destes incidentes isolados na igreja de Irving, na mesma época surgem fenómenos espíritas nas comunidades dos shackers nos Estados Unidos. Os fenómenos iniciaram-se com os costumeiros sinais de aviso seguidos pela obsessão de quando em quando em toda a comunidade.
Os principais visitantes espirituais eram espíritos de peles vermelhas que vinham em grupo como uma tribo.
Surge então F.W. Evans que juntamente com os seus companheiros se dedica estudar esta perturbação física e mental causada pelos espíritos, chegando à conclusão inesperada de que os espíritos dos índios não tinham vindo ensinar, mas sim aprender.
Estas visitas acontecem durante sete anos, findos os quais os espíritos os deixaram, dizendo que iam, mas que voltariam, e que quando voltassem invadiriam o mundo nas choupanas, quanto nos palácios.
Em 1826, nasce Andrew Jackson Davis, portador de clarividência, que também ouvia vozes que lhe davam bons conselhos.
Ainda não tinha 20 anos quando escreveu um dos livros mais profundos e originais de filosofia produzidos até então, o que prova que não tinha vindo dele mesmo, mas sim que ele mais não era do que um canal, através do qual fluía o conhecimento daquele vasto reservatório espiritual.
As observações de Davis aos que se encontravam na sua presença, pois sua alma podia emancipar-se pela acção magnética.
Davis não se recordava do que via em transe, ficando no entanto tudo registado no seu subconsciente e mais tarde recordava com clareza.
No seu livro “Princípio da Natureza”, prevê o aparecimento do espiritismo como doutrina e prática mediúnica.
Numa casa humilde, alugada em 11 de Dezembro de 1847, vivia a família Fox, família protestante composta pelo casal Fox e suas três filhas menores.
Em 1848 foram surpreendidos por barulhos de arranhadelas, que se identificavam à medida que o tempo passava, as crianças assustavam-se de tal forma que não queriam dormir sozinhas.
Kate uma das crianças do casal, com apenas 11 anos, resolve em 31 de Março de 1848 desafiar o mistério, travando diálogo através de palmas. A cada palma de Kate era dada resposta com uma pancada correspondente. Kate pergunta então se as pancadas eram realizadas por um espírito, e se a resposta fosse afirmativa, deveriam ser dadas duas batidas, a resposta foi afirmativa.
A fim de que a comunicação possa ser mais rápida, decidem utilizar o alfabeto, conseguindo-se vir a descobrir que ali houvera um crime e provando-se a imortalidade da alma.
A publicidade que se formou em torno das irmãs Fox, tem também o mérito de despertar a atenção para o grande número de médiuns que começam então a sair do anonimato e a revelar as suas faculdades, estimulados pelos acontecimentos de Hydesville.
Acontece então assim de forma gradual a anunciada invasão dos espíritos, que se manifestavam em toda a parte pelos mais variados médiuns e nos mais diferentes locais.
Nos fins de 1850 os espíritos sugerem uma nova forma de se comunicarem, em substituição do moroso processo das pancadas. Estes factos apresentados aos olhos de pesquisadores honestos, sugeriam de forma inequívoca a existência do Espírito.
As respostas dos espíritos às questões frívolas dos participantes movidos apenas pela curiosidade do desconhecido, passaram a constituir motivo de grande interesse.
As mesas moviam-se em todos os sentidos, giravam vertiginosamente, ou se elevavam no ar alcançando o teto, produzindo os mais variados movimentos, daí em diante as mesas girantes passaram a constituir a grande atracção dos salões da sociedade parisiense, como se estes fenómenos fossem meros e simples passatempos.
Na realidade observamos aqui uma manifestação do alto, despertando consciências para a imortalidade da alma e para o recebimento do consolador, prometido por Jesus há muitos séculos e consubstanciado no espiritismo, que logo a seguir seria codificado, pois que chegados eram os tempos.
Surge então Hippolyte Léon Denizard Rivail que aos 50 anos era um nome respeitado em França, homem portador de inúmeras qualidades morais e intelectuais.
Grande estudioso dos fenómenos psíquicos, interessa-se de modo especial pelo estudo do magnetismo.
Já ouvira falar das mesas girantes e atribuiu estes fenómenos ao magnetismo impregnado nessas mesas, daí seus movimentos tendo conhecimento da existência de algo inteligente por detrás, admite então a hipótese da actuação do mundo espiritual, resolvendo então investigar a proveniência dos factos.
Assim, ano após ano o professor Rivail trabalha metodicamente na elaboração da codificação da doutrina espírita, adoptando então o nome de Allan Kardec.
Com a expansão da codificação espírita, os fenómenos mediúnicos deixam de despertar a mesma curiosidade de antes, voltando-se então a atenção para a necessidade de elevação moral, ultrapassando assim a fase inicial do fenómeno, abertos os caminhos deixados pelos precursores, iniciando-se então o capítulo moralizante, guiados pelos espíritos que assistem através das possibilidades tecnológicas, surge então através dos estudos sistemáticos desses fenómenos de batidas, das mesas girantes e da transcomunicação toda uma filosofia fundamentada nos princípios cristãos.
É então que Allan Kardec lança o Livro dos Espíritos, pilar fundamental da doutrina espírita, surgindo inicialmente com o nome de “Filosofia Espiritualista”, pelo que se torna emergente questionarmo-nos acerca de qual a relação entre Espiritismo e Espiritualismo e porque se apresenta como uma filosofia.
Ao codificar a Doutrina Espírita, Allan Kardec cria os vocábulos Espiritismo e Espírita, totalmente diferentes de espiritualismo e espiritual, a fim de existir uma maior clareza e precisão de conceitos.
Assim, convém frisarmos que devemos compreender por espiritualismo toda a doutrina filosófica, segundo a qual o espírito constitui a substância de toda a realidade, tendo por base a existência de Deus e da alma.
Espiritualismo, opõe-se ao materialismo, para o qual a única substância existente é a matéria. Neste aspecto o espiritismo identifica-se com espiritualismo, indo no entanto mais além, na medida em que acrescenta vários princípios básicos:
1º A possibilidade de comunicação com o mundo espiritual.
2º A pluralidade das existências;
3º Pré- Existência e imortalidade da alma
4º Justiça natural
5º Progresso infinito do espírito
Assim em síntese, o livro dos Espíritos, representa uma das fases do espiritualismo, contendo como especifidade a doutrina espírita.
Contudo, embora represente uma face do espiritualismo, cumpre-nos esclarecer que o espiritismo difere de toda e qualquer ramificação espiritualista religiosa, uma vez que não possui dogmas, fundamentando-se antes na razão e nos factos, pelo que a doutrina é considerada uma doutrina tríplice, já que se estrutura em Ciência, filosofia e Religião.
A doutrina espírita baseia-se no método experimental, organizando as ideias sistematicamente partindo sempre dos factos, dos fenómenos mediúnicos e das manifestações em geral, assim sendo, podemos considerar a doutrina espírita como sendo uma ciência.
Por outro lado, também podemos considerar a doutrina espírita como sendo uma filosofia, já que a sua temática abrange conhecimentos que estão para além da experiência sensível, tais como: A existência de Deus, os princípios constitutivos do Universo (causas Primárias), as leis morais, utilizando para tanto o método racional como instrumento seguro.
Podemos ainda compreender a doutrina espírita como sendo uma religião, uma vez em que o seu fim último consiste na restauração do evangelho e na prática dos princípios cristãos, não se valendo contudo de formalismos exteriores, de práticas sagradas, rituais ou técnicas colectivas, mas sim a busca da religiosidade na intimidade afectiva de cada um, partindo de uma atitude interior consciente.
Estes três aspectos encontram-se bem definidos na codificação de Allan Kardec, respectivamente em: “O Livro dos Espíritos”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e em “O Livro dos Médiuns”
A doutrina espírita será sempre um campo de investigação humana nos seus aspectos científicos e filosóficos, no entanto no aspecto religioso, repousa a sua grandeza divina ao constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem para a grandeza do seu imenso futuro espiritual.

Bibliografia:
ALLAN KARDEC- O Livro dos Espíritos – Introdução, itens I e VII
ARTHUR CONAN DOYLE- História do Espiritismo
ZEUS WANTUIL e FRANCISCO THIESEN – Allan Kardec
EMMANUEL- A Caminho da Luz
ALLAN KARDEC- A Génese Cap. I
ALLAN KARDEC- O que é Espiritismo

Face a este texto, tente responder às questões seguintes:
1º- Tente descrever os fenómenos dos Shackers e o ocorrido com a familia Fox.
2º- Qual a relação do fenómeno das mesas girantes com o advento da doutrina Espirita?
3º Qual a relação entre espiritismo e espiritualismo?
4º Sob que aspecto a doutrina espirita é uma ciência?

domingo, 4 de maio de 2008

O mundo espiritual

Esferas Espirituais
Consideram-se as esferas espirituais as diversas subdivisões vibratórias do Mundo dos Espíritos. Estas estão para a vida extra- física assim como os continentes e os países estão para o mundo físico.
Os antigos já aceitavam a ideia da existência de muitos céus sobre- postos, de matéria sólida e transparente, formando esferas concêntricas e tendo a Terra como centro.
Essa ideia, que foi a de todas as teogonias, faziam do céu os diversos degraus da bem aventurança; o último deles era abrigo da suprema felicidade.
Segundo a opinião mais comum, existiam sete céus, daí a expressão tão comum de “estar no sétimo céu” - para exprimir a perfeita felicidade. Os muçulmanos admitem a existência de nove céus, em cada um dos quais se aumenta a felicidade dos crentes. A teologia cristã reconhece três céus; é conforme esta crença que se diz que Paulo foi alçado ao terceiro céu.
A obra de Kardec, pelo facto de ser muito mais de síntese do que de análise, ocupou-se pouco com o exame do Mundo dos Espíritos. Estudando as diversas obras do Codificador, notamos que os Espíritos foram muito parcos em informações a respeito do seu mundo.
Foi a partir de 1943, com o livro [Nosso Lar], de autoria mediúnica do Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier, que nós passámos a compreender, com maior profundidade, as regiões extra- físicas.
Sabe-se hoje, que o mundo dos Espíritos se encontra sub-dividido em várias faixas vibratórias concêntricas, tendo a Terra como o centro geométrico. A atmosfera espiritual das diversas esferas será tanto mais pura e eterizada quanto mais afastadas da crosta se encontrar.
Os Espíritos de maior luminosidade habitarão, naturalmente, as esferas mais afastadas, embora tenham livre trânsito entre elas e com frequência visitem as esferas inferiores em tarefas regenerativas e esclarecedoras. Em cada esfera, o solo tem consistência material, e acima vê-se o céu e o sol. Diversas cidadelas espirituais, postos de socorro, ou instituições hospitalares estão distribuídas nas diversas esferas, abrigando Espíritos em condições evolutivas semelhantes.
André Luiz dá o nome de Umbral às três primeiras esferas, contadas a partir da crosta, e segundo este autor, a região umbralina é habitada por Espíritos que ainda necessitam reencarnarem no planeta Terra, comprometidos que estão com vida nesta orbe.
Sobre o umbral, André Luiz [Nosso Lar] dá-nos o seguinte depoimento:
"É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram atravessar as portas dos deveres sagrados, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos. Funciona como região
de esgotamento de resíduos mentais. Pelo pensamento os homens encontram no Umbral os companheiros que se afinam com as tendências de cada um. Cada Espírito permanece lá o tempo que se faça necessário."
Informa-nos também André Luiz que os Espíritos que estão nas esferas superiores podem transitar pelas esferas que lhes estão abaixo, mas os Espíritos que estão nas esferas inferiores não podem, sozinhos, passar para as superiores.

As Colónias Espirituais
Os livros de André Luiz dão-nos informações detalhadas a respeito da vida nas três primeiras esferas espirituais. Segundo ele, estas faixas vibratórias são formadas de inúmeras cidadelas espirituais, umas maiores, outras menores, onde se reúnem Espíritos em condições evolutivas semelhantes.
As condições de sociabilidade das esferas mais purificadas são para nós ainda totalmente desconhecidas, no entanto, a vida nas regiões mais próximas da crosta desenvolvem-se de maneira semelhante:

Habitação:
Há semelhança com a que existe na Terra. No plano extra- físico vamos identificar casas, hospitais, escolas, templos, etc.
Ernesto Bozzano em [A Crise da Morte] afirma que a paisagem astral é composta de duas séries de objectivações do pensamento. A primeira é permanente e imutável, por ser objectivação do pensamento e da vontade de entidades espirituais muito elevadas, pré- postas os governo das esferas espirituais. A outra é, ao contrário, transitória e muito mutável; seria a objectivação do pensamento de cada entidade desencarnada, criadora do seu próprio meio imediato.
Examinando o pensamento deste autor, podemos aceitar que as construções das
colónias espirituais se enquadram na primeira série, enquanto a paisagem das
regiões umbralinas pertencem à segunda;

Vestuário:
a apresentação externa dos Espíritos depende da sua força mental e do seu desejo, pois eles são capazes de modificarem a sua aparência através de um processo denominado ideoplastia.
Nem todos os Espíritos, no entanto, têm uma condição evolutiva suficiente para poderem plasmar as suas vestes perispirituais, daí a necessidade de roupas confeccionadas por especialistas na área. André Luiz [Nosso Lar] mostra-nos departamentos reservados a esta tarefa;

 Alimentação:
Nem todos os Espíritos são capazes de retirar do Fluido Cósmico Universal a energia reparadora para as suas células, daí a necessidade dos Espíritos ainda materializados, se alimentarem de recursos energéticos mais consistentes. Por este motivo, observam-se no mundo espiritual alimentos à base de sumos, sopas e frutas;


Sono e Repouso:
Quanto mais evoluído for o Espírito, menos necessita de repouso, para reparar as suas energias. Espíritos inferiores dormem à semelhança do homem encarnado;

Transporte:

Os Espíritos superiores deslocam-se através de um processo denominado volitação, onde transformam a sua energia latente em energia cinética, deslocando-se no espaço em altas velocidades. No entanto, Espíritos existem, que ainda não desenvolveram esta faculdade, daí a necessidade de veículos para transporte nas faixas espirituais mais próximas da Terra;

Linguagem:
A linguagem oficial entre os Espíritos é a do pensamento. No entanto, muitas almas ainda involuídas, não conseguem comunicar-se através do pensamento, daí a necessidade da palavra articulada.
Assim sendo, vamos observar colónias onde se fala o português, o inglês, etc.;

Vida Social:
A vida social nas colónias espirituais é intensa e tem como objectivo a preparação dos Espíritos para o seu retorno à Terra numa nova roupagem física, ou seja reencarnarem de novo com um outro corpo físico.
Estudam, trabalham, repousam e divertem-se. Há relatos de casamento, festas e jogos, segundo hábitos e costumes da colónia. O Maria João de Deus [Cartas de Uma Morta] afirma:
"Os saxões, os latinos, os árabes, os orientais, os africanos, formam aqui grandes falanges à parte, e em locais diferentes uns dos outros. Nos núcleos das suas actividades conservam os costumes que os caracterizavam e é profundamente interessante verificar como essas colónias diferem umas das outras."
Manoel Philomeno de Miranda [Loucura e Obsessão] lembra-nos:
"Católicos, protestantes e outros religiosos após a morte, não se tornam espíritas ou conhecedores da realidade ultra- tumular; ao revés, dão curso aos seus credos, reunindo-se em grupos e igrejas afins."
Cabe-nos lembrar que nem todas as cidadelas espirituais têm uma orientação
sádia, voltada para o bem e para o equilíbrio das criaturas. André Luiz [Libertação] diz:
"Incapacitados de prosseguir, além do túmulo, a caminho do Céu que não souberam conquistar, os filhos do desespero organizam-se em vastas colónias de ódio e miséria moral, disputando entre si a dominação da Terra."
Mas lembra também o benfeitor que, a Misericórdia Divina não os desampara pois, que são observados e assistidos continuamente por entidades luminosas;

Animais e Plantas:
O solo do mundo espiritual, à semelhança do solo do planeta é coberto por uma infinidade de plantas, flores e hortaliças que são cultivadas, com muito esmero, por mãos bondosas.
Os animais, como regra geral, reencarnam quase imediatamente após a morte, no entanto, em certas ocasiões, eles podem vir a ser preparados por entidades especializadas para serem utilizados em tarefas específicas.
Muitas vezes, no entanto, as descrições da paisagem espiritual, quando falam de
"formas animalescas", estão se referindo a Espíritos humanos em processo de deterioração dos seus corpos espirituais (licantropia ou zoantropia), como também de "formas ideoplásticas", fruto do pensamento e da vontade de entidades viciosas do astral inferior.

O Homem após a Morte
Lembra-nos Kardec que "após a morte, cada um vai para o lugar que lhe interessa", pois cada individualidade vai deslocar-se, após o desencarne, para a região espiritual que está em concordância com o seu modo de ser e viver. E complementa [ESE]:
"Enquanto uns, não podem afastar-se do meio em que viveram, outros se elevam e percorrem o espaço. Enquanto certos Espíritos culpados erram nas trevas, os felizes gozam de uma luz resplandecente."
De forma didáctica, podemos sistematizar as opções do homem após a morte física em três situações:
a) Continuar Vivendo na Crosta: são Espíritos excessivamente apegados à vida física e que não conseguem assumir a sua condição de desencarnados, continuando a viver nos locais onde se habituaram, às vezes sem ao menos se darem conta de que já não mais pertencem ao mundo material.

Alguns factores que podem condicionar a este apego a vida material:
•ignorância, confusão e medo;
•apegos excessivos a pessoas e lugares;
•inclinações pelas drogas, álcool, fumo, comida e sexo;
•vinculação a negócios não concluídos;
•desejo de vingança.

b) Deslocarem-se para certas regiões do Umbral: muitos Espíritos culpados ou viciosos, após o desencarne, são levados por uma força magnética automática ou por entidades do mal, para uma das regiões umbralinas e lá permanecerão até que o arrependimento e a vontade de reparar o passado modifique a sua psicosfera pessoal;
c) Recolhimento a uma Colónia Espiritual onde deverão integrar-se à Vida Extra- Física.


Bibliografia
a) Coleção Nosso Lar (16 obras) - André Luiz/Chico Xavier
b) Cartas de Uma Morta - Maria João de Deus/Chico Xavier
c) Voltei - Irmão Jacob/Chico Xavier
d) A Vida Além da Morte - Otília Gonçalves/Divaldo Franco
e) Cidade no Além - Heigorina Cunha
f) Loucura e Obsessão - Manoel Philomeno de Mirtanda/Divaldo Franco