quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

DESENVOLVIMENTO MEDIUNICO III

Introdução:

Para introduzirmos os temas acima enunciados recorremos às palavras de André Luiz (Espírito), extraídas do livro "Nos Domínios da Mediunidade", psicografia de Francisco Cândido Xavier:
"...Ninguém é médium na elevada conceituação do termo, somente porque se faça órgão de comunicação entre criaturas visíveis e invisíveis".
"...Jesus espera pela formação de mensageiros humanos capazes de projetar no mundo as maravilhas do seu reino".
"..Para atingir esse aprimoramento ideal é imprescindível que o detentor de faculdades psíquicas não se detenha no simples intercâmbio. Ser-lhe-á indispensável a consagração de suas forças às mais altas forma de vida, buscando na educação de si mesmo e no serviço desinteressado a favor do próximo, o material de pavimentação de sua própria senda".

Ä Do Papel dos Médiuns nas Comunicações Espíritas :

Existem dois aspectos já estudados e que são fundamentais para a compreensão do papel dos médiuns nas comunicações espíritas:

1) - A faculdade mediúnica é um dom inerente a todos os seres humanos, tanto quanto a faculdade de respirar o é. O espírito encarnado une-se ao corpo molécula a molécula, através do perispírito, que é a forma do organismo, constituindo um todo indivisível. Disto resulta uma interação psico-fisiológica, isto é um conjunto de ações e reações recíprocas entre a alma (ser pensante e encarnado) e o corpo (veículo de manifestação daquela). Assim, se a alma se manifesta através do organismo, age e reage por meio deste, podemos concluir que a faculdade mediúnica tem raízes orgânicas e é acionada pela alma (ser inteligente).


2) - Um espírito ao comunicar-se com o médium o faz por intermédio da combinação de fluidos perispiríticos dos dois seres (espírito e médium), formando como que uma atmosfera fluídico espiritual comum às duas individualidades, e é justamente essa atmosfera comum que torna possível, ou favorece a transmissão do pensamento, que se faz assim de espírito (ser desencarnado) para a alma (ser encarnado) e, esta, pela ação que exerce sobre o corpo, exterioriza o conteúdo desse pensamento pelos diferentes tipos de faculdades mediúnicas. (psicografia, psicofonia, etc.)
A formação dessa atmosfera depende de dois elementos essenciais:

a) – A Afinidade fluídica entre o Médium e o Espírito;
b) – A sintonia do pensamento (sintonia vibratória ou assimilação da corrente mental).

Esses aspectos acima colocados, aplicam-se a quase todos os tipos de faculdades mediúnicas e a qualquer grau de passividade do médium (consciente, semiconsciente ou inconsciente). Esse nível de consciência do fenômeno é apenas uma questão de aptidão própria de cada médium e da forma de manifestação e não da essência do fenômeno, que se processa sempre obedecendo ao mecanismo acima descrito.
Conclui-se, pois, que a alma do médium sempre participa do fenômeno da comunicação, ou seja, o médium é o veículo e o filtro do pensamento do espírito.

Ä Estado do Médium no fenômeno mediúnico:

Estado de crise mais ou menos acentuado:
No momento em que exerce a faculdade o médium está num estado mais ou menos acentuado de crise. Porém habitualmente seu estado não difere de modo sensível do estado normal, sobretudo quando se trata de médium psicógrafo.
Esse estado de crise também pode adquirir a forma de sonambulismo ou êxtase:

a) - No sonambulismo natural o espírito do médium adquire maior independência com relação aos limites de seu corpo físico e, por essa razão, suas faculdades adquirem maior amplitude, podendo ter percepções que no estado normal se encontram embotadas.
Nesse estado o espírito encarnado poderá servir-se de seu próprio corpo para produzir certas ações, como se serve de uma mesa ou de outros objetos para produzir um fenômeno de manifestação física, ou mesmo como se utiliza da mão do médium nas comunicações escritas. (O Livro dos Espíritos, questão 425).

b) - O estado de êxtase é um sonambulismo mais apurado. Há maior independência da alma. (O Livro dos Espíritos, questão 439).

Esses dois estados podem favorecer bastante o animismo, que é um estado em que, a própria alma do médium, adquirindo um certo grau de liberdade, pode recobrar suas qualidades de espírito (resultantes das experiências de suas vidas anteriores) e dar comunicações escritas ou verbais pela sua própria organização física.




Pode ainda comunicar-se por outros médiuns, da mesma forma como o fazem os espíritos (desencarnados), o que se constituiria então numa comunicação mediúnica entre encarnados.
Para se distinguir uma comunicação anímica de uma comunicação de um espírito desencarnado é preciso muito estudo e observação. Analisando-se cuidadosamente o conteúdo das comunicações podemos diferenciar o que pode pertencer à individualidade do médium e o que pertence realmente a um espírito que lhe é estranho.

Obs: Foi mencionado acima, que no momento em que se exerce a faculdade, o médium está num estado mais ou menos acentuado de crise. Esta expressão "crise", merece algumas considerações:
Com muita propriedade, Lamartine Palhano Jr. no seu "Dicionário de Filosofia Espírita", explica que a expressão "crise" é o mesmo que "transe". Continua ele: "Nos primeiros tempos do magnetismo, o estado anômalo de dissociação psíquica que alguns pacientes apresentavam ao serem magnetizados, era chamado de crise: O paciente está tendo uma crise sonambúlica. Hoje, para designar esse estado de baixa tensão psíquica (grifo nosso), existe o termo transe. Em mediunidade não se diz mais: - O médium está em crise – mas, está em transe."
No Livro "Diretrizes de Segurança" na questão n.º 69 (capítulo VII, referente aos Passes), Divaldo Pereira Franco (médium e conferencista), ao ser indagado se, para ministrar o passe a pessoa deve estar mediunizada, nos esclarece: "...O passe deve ser sempre dado em estado de lucidez e absoluta tranquilidade, no qual o passista se encontre com saúde e com perfeito tirocínio (s. m. Primeiro ensino; aprendizagem. (Do lat. tirociniu.), a fim de que possa atuar na condição de agente, não como paciente. Então acreditamos que os passes praticados sob a ação de uma incorporação propiciam resultados menos valiosos, porque, enquanto o médium está em transe (grifo nosso), ele sofre um desgaste. Aplicando o passe, ele sofre outro desgaste, então experimenta uma despesa dupla.
Os Espíritos para ajudarem, principalmente no socorro pelo passe, não necessitam, compulsoriamente, de retirar o fluido do médium, nele incorporando. Podem manipular, extrair energia, sem o desgatar, não sendo, pois, necessário o transe (novamente grifo nosso).

Ä Reação dos Médiuns diante dos estímulos transmitidos pelos Espíritos:

Na comunicação mediúnica, o espírito do médium funciona como um intérprete, porque está ligado ao corpo que serve para falar ou escrever: Assim, como numa comunicação à grande distância faz-se necessária a utilização de um fio elétrico e, na extremidade do fio uma pessoa inteligente que receba e transmita a mensagem, na comunicação mediúnica faz-se necessário que o espírito do médium funcione como esse fio ligando esses dois mundos - o material e o espiritual.
Daí se depreende (verbo depreender - v. tr. dir. e tr. dir. e ind. Perceber, vir ao conhecimento de; inferir, deduzir. (Do lat. deprehendere.) que o espírito do médium exerce influência patente sobre as comunicações que transmite, podendo, inclusive, ao assimilar as idéias do espírito comunicante, alterá-las conforme suas tendências, sendo, nesse caso, um mau intérprete. Por essa razão os espíritos procuram normalmente os intérpretes que mais se afinizam com eles para que a comunicação seja o mais fiel e autêntica possível.
Dizemos que um médium é passivo, quando não mistura as suas idéias com as do espírito comunicante e não porque deixa de participar do fenômeno, ou seja, ele sempre será um filtro para as idéias do espírito comunicante, mesmo quando considerado médium inconsciente.

Ä Sistemas criados como tentativas para explicar os fenômenos espíritas:

Alguns sistemas tentaram explicar os fenômenos espíritas, achando que a verdadeira mediunidade estava num corpo inerte. O espírito comunicante identificava-se com o mesmo (uma mesa por exemplo) transmitindo-lhe vida e inteligência, e deram a esses objetos o nome de médiuns inertes. Isso, porém, cai por terra, se raciocinarmos sobre a impossibilidade de se admitir que uma mesa que receba esses atributos, fale ou escreva por si mesma, sem o concurso de um médium. Seria um efeito singular e um contra-senso um homem se transformar em máquina e um objeto inerte adquirir inteligência. Quando um homem agita colérico um bastão, não podemos admitir que o bastão está preso de cólera, nem mesmo a mão que o segura, mas sim o pensamento que dirige a mão. Em síntese, um espírito não se transforma em um objeto nem se domicilia neles.
Para o espírito só há uma forma de linguagem: - a do pensamento; não dispõe da linguagem articulada. Assim, quando se dirige ao Espírito encarnado do médium, não lhe fala inglês, nem francês, porém, a língua universal que é a do pensamento. Para exprimir suas idéias numa linguagem articulada, transmissível, toma as palavras ao vocabulário do médium.
O fenômeno da xenoglossia (comunicação em língua estrangeira) só ocorre quando os espíritos julgam que isso possa ser de alguma utilidade. Uma pessoa analfabeta poderá escrever porém com grande dificuldade mecânica, do mesmo modo um médium muito pouco inteligente poderá transmitir comunicações de ordem elevada.
A faculdade mediúnica, portanto, independe da inteligência, bem como das qualidades morais. Em falta de um instrumento melhor, os espíritos se servem daquele que têm às mãos. Porém é natural que dêem preferência àqueles médiuns que lhes ofereçam menos obstáculos.
O médium exprime, salvo raras exceções, o pensamento do espírito pelos meios mecânicos que possui, assim a expressão desse pensamento reflete a maioria das vezes a imperfeição de tais meios. Um homem pouco instruído poderá dizer as mais belas coisas, expressar as mais elevadas e mais filosóficas idéias falando na sua linguagem simples e até mesmo incorreta, mas como se sabe, para os espíritos, o que importa é a idéia, por isso apegar-se a certas incorreções de linguagem, de estilo e de ortografia para criticar os espíritos, é futilidade.

Ä Considerações gerais sobre o papel dos Médiuns nas Comunicações:

Qualquer que seja a natureza dos médiuns conscientes, semiconscientes ou inconscientes os processos de comunicação não variam em sua essência. Os espíritos desencarnados se comunicam com os espíritos encarnados da mesma forma como fazem entre eles, tão só pela irradiação do pensamento. Quando encontram em um médium um cérebro povoado de conhecimentos latentes, obtidos em vidas anteriores e na existência atual que facilitem a comunicação, servem-se dele, preferencialmente. Isto ocorre porque o pensamento se comunica instantaneamente de espírito a espírito.
Os espíritos encontram no cérebro do médium os elementos próprios para formar as palavras que correspondem a seus pensamentos, quer o médium seja consciente, semiconsciente ou inconsciente.
Essa a razão porque, seja qual for a diversidade dos espíritos que se comunicam por um médium, as mensagens que este obtém, embora procedentes de espíritos os mais diversos, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe é pessoal. É exatamente como quando observamos panoramas diversos através de lunetas matizadas (verbo matizar - v. tr. dir. Variar, graduar (cores); dar cores vivas a; ornar; enfeitar; pr. ostentar cores variadas.), verdes, brancas ou azuis; embora os panoramas ou objetos observados sejam inteiramente opostos e independentes uns dos outros, são afetados pela tonalidade que provém da cor de cada luneta.
O conhecimento da teoria de como se processam as comunicações espíritas é de fundamental importância para todo o candidato ao desenvolvimento mediúnico, pois só assim obtém as explicações que lhe permitem a melhor compreensão do fenômeno, dando-lhe a segurança para interpretarem todos os fatos de origem mediúnica, bem como, entenderem a função do médium e dos espíritos nas comunicações.

Ä Da Influência Moral dos Médiuns:

A questão 226 do Livro dos Médiuns traz duas importantes perguntas sobre a faculdade mediúnica:
a) - O desenvolvimento da mediunidade guarda relação com o desenvolvimento moral dos médiuns?
b) - Por que a faculdade mediúnica não constitui um privilégio dos homens de bem?

De acordo com os ensinos dos Espíritos, contidos no Livro dos Médiuns, compreendemos que a existência e o funcionamento da faculdade mediúnica independe das qualidades morais de quem a possui.
Aprendemos também, que devemos considerar a mediunidade como um meio de elevação. Uma, entre tantas experiências que a Providência nos proporciona para que possamos evoluir. Se há pessoas que a possuem, é que disso precisam mais do que outras, para se melhorarem, pois Deus multiplica oportunidades para que resgatemos nossos débitos. Além disso, há pessoas de bem que não possuem o dom da mediunidade, mas dispõe de outras faculdades, como a inteligência, os sentidos, etc. que também são dons da vida e pelos quais devem render graças e bem utilizá-los.

Ä Existência da faculdade mediúnica independente da moral do médium:

Através do estudo anterior, compreendemos que a faculdade mediúnica, propriamente dita, se radica (verbo radicar - v. tr. dir. e tr. dir. e ind. Enraizar; arraigar: infundir; pr. arraigar-se; firmar-se; fixar-se por meio de laços morais; consolidar-se. (Do lat. radicare.) no organismo. Certas organizações fisiológicas apresentam condições favoráveis ao surgimento de uma faculdade, pela predisposição que oferecem ao espírito nele encarnado de liberar-se com mais facilidade e adquirir percepções que no estado normal se acham embotadas pela densidade do corpo físico. Dessa forma, a faculdade mediúnica é uma função, por assim dizer automática, própria de certos organismos não se relacionando com as qualidades morais do indivíduo que a possui, assim como o coração trabalha independente dos sentimentos bons ou maus que a pessoa agasalha.

Ä A importância da moral do médium na prática da mediunidade:

Se o funcionamento da mediunidade independe das qualidades morais do médium, o mesmo não ocorre com a aplicação ou o uso da faculdade. Um médium poderá usá-la para o bem ou para o mal, de acordo com suas qualidades.
Sob o ponto de vista da Doutrina Espírita são muito importantes as qualidades morais do médium, pois, exercem influência decisiva sobre a natureza dos espíritos que por ele se comunicam. E ainda mais: O espiritismo atribui à mediunidade duas finalidades fundamentais:
a) - Dar aos homens o conhecimento da verdade;
b) - Promover a melhora espiritual do médium. ( O LM - Cap. XVII)

O conhecimento da verdade está relacionado com a maturidade espiritual, ninguém conhece alguma coisa se não estiver amadurecido para entendê-la. O conhecimento das Leis Superiores da Vida, que normalmente vem ao homem através das revelações, como ocorreu com Moisés, Jesus e com o próprio Espiritismo, através da mediunidade, exige do homem, para que este o entenda, uma receptividade de ordem espiritual mais relacionada com as qualidades morais já conquistadas, ou seja, o conhecimento da verdade é proporcional ao desenvolvimento do senso moral.
Jesus ao fazer a seguinte afirmação "tenho muitas coisas a vos dizer, mas não as podeis suportar agora. Mais tarde enviar-vos-ei o espírito Consolador que vos esclarecerá sobre tudo que agora não podeis compreender", estava se referindo a essa necessidade de evolução intelectual e moral para se apreender melhor essas Verdades.
O médium, portanto, deverá empregar a sua mediunidade de acordo com os ensinamentos da Doutrina Consoladora dos Espíritos, esforçando-se por ser bom e desenvolvendo suas qualidades morais, atraindo, assim, espíritos de natureza mais elevada.

Ä Lei das Comunicações:

A alma exerce sobre o espírito desencarnado uma espécie de atração, ou de repulsão, conforme o grau de semelhança existente entre eles. Os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus. Se o médium é vicioso pela lei da sintonia vibratória vai atrair espíritos viciosos. Assim todas as imperfeições morais constituem-se em portas abertas ao acesso dos maus espíritos. De todas as nossas imperfeições as que os espíritos inferiores exploram com mais habilidade é o orgulho.
Médiuns perfeitos não existem na Terra. Mas todo o médium espírita deve esforçar-se para ser bom.

Ä Características dos médiuns bons:

a) - Grande facilidade de comunicação: são dotados de sensibilidade mediúnica bastante acentuada, suscetíveis de fácil sintonia com os espíritos e transmitem a mensagem com fidelidade e autenticidade.

b) - Assistência dos bons espíritos: São habitualmente assistidos por espíritos de natureza boa e assim se revelam não pelos nomes que usam, mas pela nobreza de sentimentos e elevação das idéias.

c) - Utilizam a faculdade como instrumento do bem: são conscientes de que a sua faculdade é um dom que só lhe foi outorgado para o exercício do bem, de nenhum modo se prevalecem dela nem a apresentam como demonstração de seus próprios méritos.

d) - Aplicam a si mesmos as boas instruções provenientes dos espíritos: Consideram as boas comunicações, transmitidas por seu intermédio, como uma graça, de que devem tornar-se cada vez mais dignos, melhorando-se e aplicando-as primeiro a si mesmos, antes de atribuí-las ao outros. Jamais se orgulham dessas comunicações.

e) - Cultivam as Virtudes Cristãs: Apresentam como marca de seu caráter a benevolência, a modéstia, a humildade e são caridosos.

Ä Caracteres dos médiuns imperfeitos:

a) - Orgulho e egoísmo: As duas imperfeições mais exploradas pelos espíritos inferiores são o orgulho e o egoísmo, tais falhas de caráter têm posto a perder as mais belas e promissoras faculdades mediúnicas. O orgulho, nos médiuns traduz-se por sinais inequívocos, e interferem na confiabilidade das comunicações.

b) - Confiança cega nas comunicações que recebem: O orgulho suscita (verbo suscitar - v. tr. dir. Fazer nascer; fazer aparecer; dar origem a; provocar; promover (Do lat. suscitare.) nos médiuns o desdém (s. m. Ato de desdenhar; desprezo profundo; sobranceria; altivez; desafetação.) por tudo aquilo que não provenha deles. Sentem-se donos da verdade e não admitem conselhos ou críticas, mesmo as construtivas, isolam-se e evitam aqueles que poderiam abrir-lhes os olhos.

c) - Crença na infabilidade dos espíritos que os assistem: Deslumbram-se com o prestígio dos grandes nomes com que se adornam os espíritos que se denominam "seus protetores ou guias" e desprezam tudo o que não venha deles. Induzidos por esses próprios espíritos perdem o senso crítico e passam a considerar como sublimes as maiores absurdos.

d) - Facilidade de cederem aos elogios: Os médiuns que possuem uma faculdade mais destacada são geralmente objetos de elogios e deferência, por parte de pessoas desavisadas que não percebem o mal que causam ao elogiarem algo que não resulta dos esforços dos médiuns, portanto não são méritos seus. Tais elogios indevidos insuflam-lhes a vaidade e levam-nos a julgarem-se infalíveis e indispensáveis. Daí o cuidado que se deve ter com os elogios fáceis, Lembremo-nos sempre da recomedação de André Luiz de que: " em se tratando da faculdade mediúnica:"O elogio é sempre dispensável".

e) - Leviandade e vício: São defeitos graves pois que atraem para os médiuns que adotam esses comportamentos espíritos da mesma natureza, ou seja, levianos e viciosos, provocando o afastamento dos bons espíritos e sem assistência desses, tornam-se facilmente vítimas de mentiras e perfídias (s. f. Ação pérfida; deslealdade; traição; qualidade de pérfido. (Do lat. perfidia.).

Sintetizando, o que caracteriza os médiuns imperfeitos é o seguinte:

* confiança absoluta na superioridade das comunicações que obtêm;
* desprezo pelo que deles não venha;
* irrefletida importância dada aos grandes nomes;
* recusa de todo o conselho e suspeição sobre qualquer crítica;
* afastamento dos que podem emitir opiniões desinteressadas e proveitosas.

Ä Conseqüências do mau uso da Mediunidade:

O médium que emprega mal a sua faculdade está se arriscando:
a) - a ser veículo de comunicações falsas (mistificações e vítima de espíritos inferiores;
b) - à obsessão, de conseqüências desastrosas, nas três formas: obsessão simples, fascinação e subjugação;
c) - à perda ou suspensão da mediunidade;
d) - a se constituírem em veículos de idéias fantasiosas nascidas de seus próprios espíritos orgulhosos e pretensiosos.

Finalizando, faz-se necessário salientar que os bons espíritos somente se utilizarão de médiuns imperfeitos em circunstâncias extremas, quando não dispuserem de um médium bom ao seu alcance, mas o fazem com repugnância. O Espiritismo já moralizou suficientemente os adeptos sinceros, para que os Espíritos se vejam constrangidos a usar de maus instrumentos.
Cabe aos dirigentes de sessões mediúnicas, ter habilidade e condições doutrinárias suficientes para discernir as comunicações autênticas das falsas e diante das opiniões novas buscar a evidência para não aceitar ensinamentos suspeitos ou, oriundos de médiuns desequilibrados moralmente. É preciso sempre lembrar com Erasto, em "O Livro dos Médiuns" – capítulo XX: "Melhor é repelir dez verdades, do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea"
Os médiuns devem empregar todos os seus esforços na melhoria íntima crescente, através da prática das virtudes cristãs, aplicando sua faculdade ao bem, a fim de que a tarefa da mediunidade seja uma mola propulsora de seu progresso espiritual ante as Leis Eternas.

Segundo André Luiz, a mediunidade, como instrumentação da vida, surge em toda a parte. O lavrador é o médium da colheita, a planta é o médium da frutificação e a flor é o médium do perfume. Em todos os lugares, damos e recebemos, filtrando os recursos que nos cercam e moldando-lhes a manifestação, segundo as nossas possibilidades.



Bibliografia:

Kardec, Allan – O Livro dos Médiuns – 2.ª parte, capítulo XIX e XX.

Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – questões 425 e 439.

Kardec, Allan - Revista Espírita – Outubro de 1859; abril, julho e agosto de 1.861 e Junho de 1863.

Xavier, Francisco Cândido – Nos Domínios da Mediunidade – pelo Espírito de André Luiz.

Franco, Divaldo Pereira e Teixeira, José Raul – Diretrizes de Segurança – questão n.º 69, Cap. VII referente aos Passes.

Apostila do COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica, do Centro Espírita Luz Eterna, Curitiba/PR – 8.ª e 9.ª sessões teóricas.

Dicionário Brasileiro Globo Multimídia.

1 comentário:

Anónimo disse...

mUITO RICO O CONTEÚDO DO SEU BLOG, PARABÉNS!
gOSTARIA QUE VISITASSE O MEU: DARICBRAGA.BLOGSPOT.COM