quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

EVOCAÇÕES

Introdução -

O assunto das Evocações de que trata O Livro dos Médiuns, merece algumas considerações preliminares.

Em primeiro lugar, devemos destacar que esse livro faz parte das obras básicas da Codificação. Allan Kardec, quando as elaborava, fundamentava a estrutura doutrinária do Espiritismo. Contava, então, no seu trabalho, com a orientação de entidades de alta categoria espiritual e, suas pesquisas com referência à comunicação de Espíritos e encarnados, ocorreram em condições excepcionais. Dispunha o Codificador de uma extraordinária equipe de Espíritos desencarnados que lhe assessoraram a tarefa, bem como de médiuns e pessoas selecionadas espiritualmente, que cooperaram decididamente para o bom êxito de sua missão.

Em segundo lugar, essa fase de fundamentação doutrinária desenvolveu-se através da mediunidade psicográfica, em maior escala de natureza mecânica, onde a independência do pensamento do Espírito em relação ao do médium é a mais acentuada possível.

Estes fatores possibilitaram, portanto, uma extraordinária segurança para o estudo das comunicações dos Espíritos quando evocados.

Ä Das Evocações:

"Os Espíritos podem comunicar-se espontaneamente, ou acudir ao nosso chamado, isto é, vir por evocação". (O Livro dos Médiuns – Cap. XXV – 269).

Afirma Allan Kardec que, estando os Espíritos em torno de nós, em sua maioria, de condições inferiores, e que outra coisa não querem senão comunicar-se, não chamar a nenhum em particular é abrir a porta a todos os que queiram entrar.

A chamada direta de determinado Espírito constitui um laço entre ele e nós; chamamo-lo pelo nosso desejo, opondo assim uma espécie de barreira aos intrusos. Todavia, tanto as comunicações espontâneas quanto as evocações tem suas vantagens. As espontâneas não apresentam nenhum inconveniente quando se está ciente dos Espíritos e certo de não deixar que os maus tomem a dianteira.

"Então, é quase sempre bom aguardar a boa-vontade dos que se disponham a comunicar-se, porque nenhum constrangimento sofre o pensamento deles e dessa maneira se podem obter coisas admiráveis; entretanto, pode suceder que o Espírito por quem se chama não esteja disposto a falar, ou não seja capaz de fazê-lo no sentido desejado".

O exame escrupuloso, que temos aconselhado, é, aliás, uma garantia contra as comunicações más. Nas reuniões regulares, naquelas, sobretudo, em que se faz um trabalho continuado, há sempre Espíritos habituais que a elas comparecem, sem que sejam chamados, por estarem prevenidos, em virtude mesmo da regularidade das sessões. Tomam, então, freqüentemente a palavra para tratar de um assunto qualquer, desenvolver uma proposição ou prescrever o que se deve fazer, caso em que são facilmente reconhecíveis, quer pela forma da linguagem, que é sempre idêntica, quer pela escrita, quer por certos hábitos que lhes são peculiares ". (O livro dos Espíritos – 269)".

"Todos os Espíritos, qualquer que seja o grau em que se encontrem na escala espiritual, podem ser evocados: assim os bons, como os maus, tanto os que deixaram a vida de pouco, como os que viveram nas épocas mais remotas, os que foram homens ilustres, como os mais obscuros, os nossos parentes e amigos, como os que nos são indiferentes. Isto, porém, não quer dizer que eles sempre queiram ou possam responder ao nosso chamado. Independente da própria vontade, ou da permissão, que lhes pode ser recusada por uma potência superior, é possível se achem impedidos de o fazer, por motivos que nem sempre nos é dado conhecer. Queremos dizer que não há impedimento absoluto que se oponha às comunicações salvo o que dentro em pouco diremos. Os obstáculos capazes de impedir que um espírito se manifeste são quase sempre individuais e derivam das circunstâncias.

Entre as causas que podem impedir a manifestação de um Espírito, umas lhe são pessoais e outras estranhas. Entre as primeiras, devem colocar-se as ocupações ou as missões que esteja desempenhando e das quais não pode afastar-se, para ceder aos nossos desejos. Neste caso, sua visita apenas fica adiada.

Há também a sua própria situação. Se bem que o estado de encarnação não constitua obstáculo absoluto, pode representar um impedimento, em certas ocasiões, sobretudo quando aquela se dá nos mundos inferiores e quando o próprio Espírito está pouco desmaterializado. Nos mundos superiores, naqueles em que os laços entre o Espírito e a matéria são muito fracos, a manifestação é quase sempre tão fácil quanto no estado errante, mais fácil, em todo caso, do que nos mundos onde a matéria corpórea é mais compacta.

As causas estranhas residem principalmente na natureza do médium, na da pessoa que evoca, no meio em que se faz a evocação, enfim, no objetivo que se tem em vista " (O Livro dos Médiuns – 274 e 275).

"Freqüentemente, as evocações oferecem mais dificuldades aos médiuns do que os ditados espontâneos, sobretudo quando se trata de obter respostas precisas a questões circunstanciadas. Para isto, são necessários médiuns especiais, ao mesmo tempo flexíveis e positivos. Visto que estes últimos são bastante raros, por isso que, conforme dissemos, as relações fluídicas nem sempre se estabelecem instantaneamente com o primeiro Espírito que se apresente. Daí convir que os médiuns não se entreguem as evocações pormenorizadas, senão depois de estarem certos do desenvolvimento de suas faculdades e da natureza dos Espíritos que os assistem, visto que com os mal assistidos as evocações nenhum caráter podem ter de autenticidade". (Idem – 272). (Médiuns positivos: suas comunicações têm geralmente, um cunho de nitidez e precisão que muito se presta às minúcias circunstanciadas aos informes exatos). (O Livro dos Médiuns Cap. XVI - 193).

"... A faculdade de evocar todo e qualquer Espírito não implica para este a obrigação de estar à nossa disposição; que ele pode vir em certa ocasião e não vir em outra, com um médium, ou um evocador que lhe agrade e não com outro; dizer o que quer, sem poder ser constrangido a dizer o que não queira; ir-se quando lhe aprouver; enfim, que por causas dependentes ou não de sua vontade, depois de se haver mostrado assíduo durante algum tempo, pode de repente deixar de vir". ( O Livros dos Médiuns – Cap. XXV – 277).


Ä Da utilidade das evocações particulares:

"As comunicações que se obtêm dos Espíritos muito elevados, ou dos que animaram grandes personagens da antigüidade, são preciosas, pelos altos ensinamentos que encerram. Esses Espíritos conquistaram um grau de perfeição que lhes permite abranger muito mais extenso campo de idéias, penetrar mistérios que escapam ao alcance vulgar da Humanidade e, por conseguinte, iniciar-nos melhor do que outros em certas coisas. Delas muita instrução colhe o observador.

... Ora, os Espíritos superiores são as sumidades do mundo Espírita; a própria elevação em que se acham, os coloca de tal modo acima de nós, que nos aterra a distância a que deles estamos. Espíritos mais burgueses nos tornam mais palpáveis as circunstâncias da nova existência em que se encontram. Neles, a ligação entre a vida corpórea e a vida espírita é mais íntima, compreendemo-la melhor, porque ela nos toca mais de perto. Aprendendo, pelo que eles nos dizem, em que se tornaram o que pensam e o que experimentam os homens de todas as condições e de todos os caracteres, assim os de bem como os viciosos, os grandes e os pequenos, os ditosos e os desgraçados do século, numa palavra: os que viveram entre nós, os que vimos e conhecemos, os de quem sabemos a vida real, as virtudes e os erros, bem lhes compreendemos as alegrias e os sofrimentos, a umas e outros nos associamos e destes e daquelas tiramos um ensinamento moral, tanto mais proveitoso, quanto mais estreitas forem as nossas relações com eles.

...Os Espíritos vulgares nos mostram a aplicação prática das grandes e sublimes verdades, cuja teoria os Espíritos superiores nos ministram. Aliás, no estudo de uma ciência, nada é inútil. Newton achou a lei das forças do Universo, no mais simples dos fenômenos.

A evocação dos Espíritos vulgares tem, além disso, a vantagem de nos pôr em contacto com Espíritos sofredores, que podemos aliviar e cujo adiantamento podemos facilitar, por meio de bons conselhos. Todos, pois, nos podemos tomar úteis, ao mesmo tempo em que nos instruímos. Há egoísmo naquele que somente a sua própria satisfação procura nas manifestações dos Espíritos, e dá prova de orgulho aquele que deixa de estender a mão em socorro dos desgraçados. De que lhe serve obter delas comunicações de Espíritos de escol, se isso não o faz melhor para consigo mesmo, nem mais caridoso e benévolo para com seus irmãos deste mundo e do outro? Que seria dos pobres doentes, se os médicos se recusassem a lhes tocar as chagas? (O Livro dos Médiuns – 281).

Fica assim exposta uma síntese das considerações do codificador Allan Kardec sobre as evocações dos Espíritos, necessárias e justificáveis na fase de pesquisa em que a Doutrina Espírita se estabeleceu nos seus fundamentos gerais.

Ä A realidade atual da Doutrina Espírita -

Hoje vivemos uma nova fase. O Espiritismo já sedimentado filosoficamente alcança a etapa de difusão e reeducação moral da Humanidade. A comunicabilidade com os Espíritos tem agora características diferentes. Estamos na fase da aplicação dos conceitos espíritas ao comportamento humano, à sua reforma moral. Emmanuel, em o livro "O Consolador", na questão n.º 369 diz o seguinte, reportando-se à evocação direta de determinados Espíritos: "Não somos dos que aconselham a evocação direta e pessoal, em caso algum".

Se essa evocação é passível de êxito, sua exeqüibilidade (adj.: Possível, que se pode executar) somente pode ser examinada no plano espiritual. Daí a necessidade de sermos espontâneos, porquanto, no complexo dos fenômenos espiríticos, a solução de muitas incógnitas espera o avanço moral dos aprendizes sinceros da Doutrina. O estudioso bem-intencionado, portanto, deve pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa considerando que a esfera espiritual lhe conhece os méritos e retribuirá os seus esforços de acordo com a necessidade de sua posição evolutiva e segundo o merecimento de seu coração.

Podereis objetar que Allan Kardec se interessou pela evocação direta, procedendo a realização dessa natureza, mas precisamos ponderar, no seu esforço, a tarefa excepcional do Codificador, aliada a necessidade e méritos ainda distantes da esfera de atividade dos aprendizes comuns.

Ä Da Identidade dos Espíritos:

A questão da identidade dos Espíritos é, depois da obsessão, uma das maiores dificuldades do Espiritismo prático, devido aos seguintes fatores:

Os Espíritos não nos trazem um ato de notoriedade;
Com facilidade, alguns dentre eles tomam nomes que nunca lhes pertenceram.
"Todavia, em muitos casos, a identidade absoluta não passa de questão secundária e sem importância real.

A identidade dos Espíritos das personagens antigas é a mais difícil de se conseguir, tornando-se muitas vezes impossível, pelo que ficamos adstritos (adstringência: s.f.: Qualidade de ser adstringente. Adstringente adj. e s.m.: Que ou que produz constrição) a uma apreciação puramente moral. Julgam-se os Espíritos, como os homens, pela sua linguagem... Desde que o Espírito só diz coisas aproveitáveis, pouco importa o nome sob o qual as diga". (O Livro dos Médiuns – 255).

"Porém, quando se apresenta com o nome de uma personagem ilustre e diz coisas triviais e infantilidades, está claro que não pode ser considerado como tal pessoa. Os modos de se distinguirem os bons dos maus Espíritos, estão explícitos em "O Livro dos Médiuns", Cap. XXIV – 266, que diz: "qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos, que presidem aos vossos trabalhos, uma recomendação há que nunca será demais repetir e que deveríeis ter presente sempre na vossa lembrança, quando vos entregais aos vossos estudos: é a de pesar e meditar; é a de submeter ao cadinho da razão mais severa todas as comunicações que receberdes; é a de não deixardes de pedir as explicações necessárias a formardes opinião segura, desde que um ponto vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro".

Ä Princípios para reconhecer a qualidade dos Espíritos:

"Podem resumir-se nos princípios seguintes os meios de se reconhecer à qualidade dos Espíritos:

1º Não há outro critério, senão o bom-senso, para se aquilatar do valor dos Espíritos. Absurda será qualquer fórmula que eles próprios dêem para esse efeito e não poderá provir de Espíritos superiores.

2º Apreciam-se os Espíritos pela linguagem de que usam e pelas suas ações. Estas se traduzem pelos sentimentos que eles inspiram e pelos conselhos que dão.

3º Admitido que os bons Espíritos só podem dizer e fazer o bem, de um bom Espírito não pode provir o que tenda para o mal.

4º Os Espíritos superiores usam sempre de uma linguagem digna, nobre, elevada, tudo dizem com simplicidade e modéstia, jamais se vangloriam, nem se jactam (jactância - s. f. Vaidade; ostentação; bazófia; amor-próprio; arrogância. (Var.: jatância.) (Do lat. jactantia.) de seu saber ou da posição que ocupam entre os outros. A dos Espíritos inferiores ou vulgares sempre refletem algo das paixões humanas. Toda expressão que denote baixeza, pretensão, arrogância, fanfarronice, acrimônia (s.f.:-. Aspereza, rudeza, grosseria) é indício característico de inferioridade e de embuste, se o Espírito se apresenta com um nome respeitável e venerado.

5º Não se deve julgar a qualidade do Espírito pela forma material, nem pela correção de estilo. É preciso sondar-lhe o íntimo, analisar-lhe as palavras, pesá-las friamente, maduramente e sem prevenção. Qualquer ofensa à lógica, à razão e à ponderação não pode deixar dúvida sobre a sua procedência, seja qual for o nome com que se ostente o Espírito.

6º A linguagem dos Espíritos elevados é sempre idêntica, senão quanto à forma pelo menos quanto ao fundo. Os pensamentos são os mesmos, em qualquer tempo e em todo lugar. Podem ser mais ou menos desenvolvidos, conforme as circunstâncias, as necessidades e as faculdades que encontrem para se comunicar; porém, jamais serão contraditórios. Se duas comunicações, firmadas pelo mesmo nome, se mostram em contradição, uma das duas é evidentemente apócrifa (apócrifo - adj. Diz-se de uma obra cuja autenticidade é suspeita ou duvidosa; falso; suspeito; que não é do autor a que se atribui. (Do gr. apokryphos.) e a verdadeira será aquela em que nada desminta o conhecido caráter da personagem. Sobre duas comunicações assinadas, por exemplo, com o nome de São Vicente de Paulo, uma das quais propendendo para a união e a caridade e a outra tendendo para a discórdia, nenhuma pessoa sensata poderá equivocar-se.

7º Os bons Espíritos só dizem o que sabem, calam-se ou confessam a sua ignorância sobre o que não sabem. Os maus (imperfeitos – g.n.) falam de tudo com desassombro, sem se preocuparem com a verdade. Toda heresia científica notória, todo princípio que choque o bom-senso, aponta a fraude, desde que o Espírito se dê por ser um Espírito esclarecido.

8º Reconhecem-se ainda os Espíritos levianos, pela facilidade com que predizem o futuro e precisam fatos materiais de que não nos é dado ter conhecimento. Os bons Espíritos fazem que as coisas futuras sejam pressentidas, quando esse procedimento convenha; nunca, porém determinam datas. A previsão de qualquer acontecimento para uma época determinada é indício de mistificação.

9º Os Espíritos superiores se exprimem com simplicidade, sem prolixidade (Prolixo adj: 1. Muito longo ou difuso. 2. Fastidioso, enfadonho). Têm o estilo conciso, sem exclusão da poesia das idéias e das expressões, claro, inteligível a todos, sem demandar esforço para ser compreendido. Têm a arte de dizer muitas coisas em poucas palavras, porque cada palavra é empregada com exatidão. Os Espíritos inferiores, ou falsos sábios, ocultam sob o empolamento, ou a ênfase, o vazio de suas idéias. Usam de uma linguagem pretensiosa, ridícula, ou obscura, à força de quererem pareça profunda.

10º Os bons Espíritos nunca ordenam; não se impõem, aconselham e, se não são escutados retiram-se. Os maus são imperiosos: dão ordens, querem ser obedecidos e não se afastam, haja o que houver. Todo Espírito que impõe, trai a sua inferioridade. São exclusivistas e absolutos em suas opiniões; pretendem ter o privilégio da verdade. Exigem crença cega e jamais apelam para a razão, por saberem que a razão os desmascararia.

11º Os bons Espíritos não lisonjeiam (lisonja s.f: Louvor exagerado; adulação); aprovam o bem feito, mas sempre com reserva. Os maus prodigalizam exagerados elogios, estimulam o orgulho e a vaidade, embora pregando a humildade, e procuram exaltar a importância pessoal daqueles a quem desejam captar.

12º Os Espíritos superiores desprezam, em tudo, as puerilidades (pueril - adj. 2 gên. Próprio de criança; ingênuo; (fig.) sem importância; frívolo; banal. (Do lat. puerile.) da forma. Só os Espíritos vulgares ligam importância a particularidades mesquinhas, incompatíveis com idéias verdadeiramente elevadas. Toda prescrição meticulosa é sinal certo de inferioridade e de fraude, da parte de um Espírito que tome um nome imponente (adj. 2 gên. Que se impõe ao respeito, à admiração; altivo; grandioso; magnificente.).

13º Deve-se desconfiar dos nomes singulares e ridículos, que alguns Espíritos adotam, quando querem impor-se à credulidade; fora soberanamente absurdo tomar a sério semelhantes nomes.

14º Deve-se igualmente desconfiar dos Espíritos que com muita facilidade se apresentam, dando nomes extremamente venerados e não lhes aceitar o que digam, senão com muita reserva. Aí, sobretudo, é que uma verificação severa se faz indispensável, porquanto isso não passa muitas vezes, de uma máscara que eles tomam, para dar a crer que se acham em relações íntimas com os Espíritos excelsos. Por esse meio, lisonjeiam a vaidade do médium e dela se aproveitam freqüentemente para induzi-lo a atitudes lamentáveis e ridículas.

15º Os bons Espíritos são muito escrupulosos no tocante às atitudes que hajam de aconselhar. Nunca, qualquer que seja o caso, deixam de objetivar um fim sério e eminentemente útil. Devem, pois, ter-se por suspeitas todas as que não apresentam este caráter, ou sejam condenáveis perante a razão, e cumpre refletir maduramente antes de tomá-las, a fim de evitarem-se mistificações desagradáveis.

16º Também se reconhecem os bons Espíritos pela prudente reserva que guardam sobre todos os assuntos que possam trazer comprometimento. Repugna-lhes desvendar o mal, enquanto que aos Espíritos levianos, ou malfazejos, apraz pô-lo em evidência. Ao passo que os bons procuram atenuar os erros e pregam a indulgência, os maus os exageram e sopram a cizânia (s.f.: 1. Gramínea nociva; joio. 2. Desavença, discórdia), por meio de insinuações pérfidas (perfídia - s. f. Ação pérfida; deslealdade; traição; qualidade de pérfido. (Do lat. perfidia.).

17º Os bons Espíritos só prescrevem o bem. Máxima nenhuma, nenhum conselho, que se não conformam estritamente com a pura caridade evangélica, podem ser obra de bons Espíritos.

18º Jamais os bons Espíritos aconselham senão o que seja perfeitamente racional. Qualquer recomendação que se afasta da linha reta do bom-senso, ou das leis imutáveis da Natureza, denuncia um Espírito atrasado, e, portanto, pouco merecedor de confiança.

19º Os Espíritos maus, ou simplesmente imperfeitos, ainda se traem por indícios materiais a cujo respeito ninguém se pode enganar. A ação deles sobre o médium é às vezes violenta e provoca movimentos bruscos e intermitentes (adj. 2 gên. Que tem interrupções ou intervalos; não contínuo. (Do lat. intermittente.), uma agitação febril e convulsiva, que destoa da calma e da doçura dos bons Espíritos.

20º Muitas vezes, os Espíritos imperfeitos se aproveitam dos meios de que dispõem, de comunicar-se, para dar conselhos pérfidos. Excitam a desconfiança e a animosidade contra os que lhes são antipáticos. Especialmente os que lhes podem desmascarar as imposturas (s. f. Embuste; hipocrisia; vaidade extrema; artifício para enganar. (Do lat. impostura.) são objeto da maior animadversão (s. f. Censura; repreensão; castigo; má vontade; ódio. (Do lat. animadversio.) por parte deles. Alvejam os homens fracos, para os induzir ao mal. Empregando alternativamente, para melhor convencê-los, os sofismas (s. m. Raciocínio falso, com certa aparência de verdadeiro; argumento capcioso; (fig.) engano; logro. (Do lat. sophisma.), os sarcasmos, as injúrias e até demonstrações materiais do poder oculto de que dispõem, se empenham em desviá-los da senda da verdade.

21º Os Espíritos dos que na Terra tiveram uma única preocupação, material ou moral, se não desprenderam da influência da matéria, continuam sob o império das idéias terrenas e trazem consigo uma parte dos preconceitos, das predileções e mesmo das manias que tinham neste mundo. Fácil é isso de reconhecer-se pela linguagem de que se servem.

22º Os conhecimentos de que alguns Espíritos se enfeitam, às vezes, com uma espécie de ostentação, não constituem sinal da superioridade deles. A inalterável pureza dos sentimentos morais é, a esse respeito, a verdadeira pedra de toque.

23º Não basta se interrogue um Espírito para conhecer-se a verdade. Precisamos, antes de tudo, saber a quem nos dirigimos: porquanto, os Espíritos inferiores, ignorantes que são, tratam frivolamente das questões mais sérias. Também não basta que um Espírito tenha sido na terra um grande homem, para que, no mundo Espírita, se ache de posse da soberana ciência. Só a virtude pode, purificando-o, aproximá-lo de Deus e dilatar-lhe o conhecimento.

24º Da parte dos Espíritos superiores, o gracejo é muitas vezes fino e vivo, nunca, porém, trivial. Nos Espíritos zombadores, quando não são grosseiros, a sátira mordaz (adj: 1. Corrosivo, destrutivo. 2. Maldizente; satírico), é não raro, muito apropositada (verbo apropositar - v. tr. dir. Fazer ou dizer a propósito; tr. dir. e ind. acomodar; adaptar; apropriar; pr. tomar siso, bom senso; vir a propósito.).

25º Estudando-se cuidadosamente o caráter dos Espíritos que se apresentam, sobretudo do ponto de vista moral, reconhecem-se-lhes a natureza e o grau de confiança que devem merecer. O bom-senso não poderia enganar.

26º Para julgar os Espíritos, como para julgar os homens, é preciso, primeiro, que cada um saiba julgar-se a si mesmo. Muita gente há, infelizmente, que toma suas próprias opiniões pessoais como paradigma (s.m.: Modelo, padrão), exclusivo do bom e do mau, do verdadeiro e do falso; tudo o que lhes contradiga a maneira de ver, a suas idéias e ao sistema que conceberam, ou adotara, lhes parece mau. A semelhante gente, evidentemente falta a qualidade primacial (adj. 2 gên. Relativo ou pertencente a primaz; em que há primazia; (p. ext.) de qualidade superior; principal. (De primacia.) para uma apreciação sã (adj. Flexão feminina de são. (Do lat. sana.) – são - 2. adj. Sadio; que tem saúde; bem curado; ileso; incólume; cujas faculdades morais e intelectuais estão em bom estado; salubre; salutar; reto; verdadeiro, sincero; puro; íntegro; justo.): a retidão do juízo. Disso, porém, nem suspeitam. É o defeito sobre que mais se iludem os homens.

Todas estas instruções decorrem da experiência e dos ensinos dos Espíritos". (O Livro dos Médiuns – 267).

Ä Das perguntas que se podem fazer aos Espíritos:

Nas perguntas que se dirigem aos Espíritos deve-se observar duas coisas importantes: a forma e o fundo.

Ä A Forma:

"Pelo que toca à forma, devem ser redigidas com clareza e precisão, evitando as questões complexas. Mas, outro ponto há não menos importante: a ordem que deve presidir à disposição das perguntas. Quando um assunto reclama uma série delas, é essencial que se encadeiem com método, de modo a decorrerem naturalmente uma das outras. Os Espíritos, nesse caso, respondem muito mais facilmente e mais claramente, do que quando elas se sucedem ao acaso, passando, sem transição, de um assunto para outro. Esta a razão por que é sempre muito conveniente prepará-las de antemão, salvo o direito de, durante a sessão, intercalar as que as circunstâncias tornem necessárias. Além de que a redação será melhor, quando feita prévia e descansadamente, esse trabalho preparatório constitui, como já o dissemos, uma espécie de evocação antecipada, a que pode o Espírito ter assistido e que o dispõe a responder ". (O Livro dos Médiuns – Cap. XXVI – 286).

Ä O Fundo:

"O fundo da questão exige atenção ainda mais séria, porquanto é muitas vezes, a natureza da pergunta que provoca uma resposta exata ou falsa. Algumas há a que os Espíritos não podem ou não devem responder, por motivos que desconhecemos. Será, pois, inútil insistir. Porém, o que, sobretudo se deve evitar são as perguntas feitas com o fim de lhes pôr à prova a perspicácia (s. f. Qualidade de perspicaz; (fig.) agudeza; sagacidade. (Do lat. perspicacia.). Quando uma coisa existe, dizem, eles a devem saber. Ora, precisamente porque conheceis a coisa, ou porque tendes os meios de verificá-las, é que eles não se dão ao trabalho de responder... O desejo de fazer-se de tal ou tal pessoa um adepto não constitui, para os Espíritos, motivo de atenderem a uma vã (adj. Feminino de vão. Vão - 1. adj. Vazio; oco; inútil; sem valor; ilusório; irreal; falso; fantástico; frívolo; fútil; ineficaz; vanglorioso.) curiosidade. Eles sabem que a convicção virá, cedo ou tarde, e os meios que empregam para produzi-la nem sempre são os que supomos melhores.

Imaginai um homem grave, ocupado em coisas úteis e sérias, incessantemente importunado pelas perguntas pueris de uma criança e tereis idéia do que devem pensar os Espíritos superiores de todas as futilidades que se lhes perguntam.

Não se segue daí que dos Espíritos não se possam obter úteis esclarecimentos e, sobretudo, bons conselhos, eles, porém, respondem mais ou menos bem, conforme os conhecimentos que possuem, o interesse que nos têm, a afeição que nos dedicam e, finalmente, o fim a que nos propomos e a utilidade que vejam no que lhes pedimos". (Idem – 286).

"Pensam algumas pessoas ser preferível que todos se abstenham de formular perguntas e que convém esperar o ensino dos Espíritos, sem o provocar. É um erro. Os Espíritos dão, não há dúvida, instruções espontâneas de alto alcance e que errôneo seria desprezar-se. Mas explicações há que freqüentemente se teriam de esperar longo tempo, se não fossem solicitadas... As questões, longe de terem qualquer inconveniente, são de grandíssima utilidade, do ponto de vista da instrução, quando quem as propõe sabe encerrá-las nos devidos limites.

Têm ainda outra vantagem: a de concorrerem para o desmascaramento dos Espíritos mistificadores que, mais pretensiosos do que sábios, raramente suportam a prova das perguntas feitas com cerrada lógica, por meio das quais o interrogante os leva aos seus últimos redutores. Os Espíritos superiores, como nada têm que temer de semelhante questionário, são os primeiros a provocar explicações, sobre os pontos obscuros. Os outros, ao contrário, receando ter que se haver com antagonistas mais fortes, cuidadosamente as evitam. Por isso mesmo, em geral recomendam aos médiuns, que eles desejam dominar, se abstenham de toda controvérsia a propósito de seus ensinos". (Idem – 287).

Ä Perguntas simpáticas ou antipática aos Espíritos:

Os Espíritos sérios sempre respondem com prazer às perguntas que têm por objetivo o bem e os meios de progresso. Os bons Espíritos antipatizam com questões inúteis ou feitas por pura curiosidade para experimentá-los. Nestes casos não respondem e se afastam.

Os Espíritos imperfeitos, ao contrário, antipatizam com perguntas que unicamente possam pôr-lhes a descoberto a ignorância, quando procuram enganar; a não ser isso, respondem a tudo, sem se preocuparem com a verdade. Nem todos os Espíritos são aptos a compreender as questões que lhes são dirigidas, como acontece com os imperfeitos, embora isto não os impeça de responder bem ou mal.

Ä Perguntas sobre o futuro:

A manifestação dos Espíritos não é um meio de adivinhação. Se o homem conhecesse o futuro, descuidar-se-ia do presente. Se insistirmos em obter respostas sobre o futuro, recebê-las-emos de Espíritos doidivanas (s. 2 gên. e 2 núm. Pessoa estouvada, imprudente, leviana; pateta. (Var.: doudivanas.). Pode dar-se que um Espírito preveja coisas que julgue conveniente revelar, ou que ele tem por missão tornar conhecidas, espontaneamente; porém, nesse terreno, ainda são mais de temer os Espíritos enganadores, que se divertem em fazer previsões. Só o conjunto das circunstâncias permite se verifique o grau de confiança que elas merecem.

Devemos desconfiar de todas as previsões que não tiverem um fim de utilidade geral. As predições (predição - s. f. Ato ou efeito de predizer; profecia; vaticínio; augúrio. (Do lat. praedictione.) pessoais podem quase sempre ser consideradas falsas. Os Espíritos que anunciam acontecimentos que se não realizam fazem-no para se divertirem com a credulidade, o terror, ou a alegria que provocam; depois se riem do desapontamento. A missão dos Espíritos superiores consiste em fazer-nos progredir. Jamais será enganado aquele que a eles pedir sabedoria; não acreditemos, porém, que percam o seu tempo precioso em ouvir as nossas futilidades ou a predizer-nos a boa fortuna. Deixam esse encargo aos Espíritos levianos, que com isso se divertem como crianças travessas.

A Providência pôs limite às revelações que podem ser feitas ao homem. Os Espíritos sérios guardam silêncio sobre tudo aquilo que lhes é defeso (adj. Proibido. (Do lat. defensu.) revelarem. Aquele que insista por uma resposta se expõe aos embustes dos Espíritos inferiores, sempre prontos a se aproveitarem das ocasiões que tenham de armar laços à nossa credulidade. É verdade que existem pessoas dotadas de uma faculdade especial, que as faz entrever o futuro; são aquelas cuja alma se desprende da matéria. Então é o Espírito que vê. Mas, quando é conveniente, Deus lhes permite revelarem certas coisas para o bem. Todavia, mesmo entre essas pessoas, são em maior número os impostores e os charlatães.


Ä Perguntas sobre as existências passadas e futuras:

Conforme o objetivo, Deus algumas vezes permite que as nossas existências passadas nos sejam reveladas. Se for para nossa edificação e esclarecimento, as revelações serão verdadeiras e, neste caso, feitas quase sempre espontaneamente e de modo inteiramente imprevisto. Ele, porém não o permite nunca para satisfação de vã curiosidade. Os Espíritos brincalhões, todavia, nunca se negam a fazer tais revelações, para se divertirem à nossa custa. Sempre que essas revelações não tiverem um fim eminentemente sério, devemos considerá-las falsas ou suspeitas. Os Espíritos zombeteiros gozam em lisonjear o amor próprio, revelando a pessoas e médiuns, origens pomposas (príncipe, rainha, pessoas famosas, etc.).

Há médiuns e crentes que aceitam de bom grado essas revelações sem raciocinarem sequer no estado atual de seus Espíritos que em nada justifica a categoria que pretendem ter ocupado. Vaidade que serve de divertimento aos Espíritos brincalhões, tanto quanto para os homens. Para se dar crédito a uma revelação dessa ordem, seria necessário que fosse feita espontaneamente, por intermédio de diversos médiuns estranhos uns aos outros. Contudo, se não podemos ter conhecimento de nossa individualidade anterior, podemos ter revelações a respeito do gênero da existência que tivemos, da posição social que ocupamos e dos defeitos que em nós predominaram, das quais deveremos tirar proveito para nos melhorarmos. Estudando o nosso presente, deduziremos o nosso passado.

Com referência às nossas existências futuras, nada podemos saber antecipadamente, pois essas serão a conseqüência da preparação que fizermos pelo nosso procedimento na Terra e pelas resoluções que tomarmos quando formos Espíritos. Sabermos, porém, onde e como transcorrerá essa existência é impossível e tudo o que alguns Espíritos disserem a respeito não passará de gracejo. Isto só acontece em caso especial e raro para os Espíritos que estão na Terra para desempenhar uma missão importante.

Ä Perguntas sobre os interesses morais e materiais:

Os bons Espíritos jamais se recusam a dar bons conselhos, principalmente no que diz respeito à alma. Repelem, porém, os hipócritas, os que simulam pedir a luz e se comprazem nas trevas. Os Espíritos, algumas vezes, conforme o motivo, podem dar conselhos sobre coisas de interesse privado. Isto também depende daqueles a quem tais conselhos são pedidos e são dados com mais exatidão pelos Espíritos familiares, que são os que se acham mais ligados à pessoa. Mas, é tão freqüente cansarmos esses Espíritos com perguntas banais que eles nos deixam. A puerilidade das perguntas é incompatível com a superioridade dos Espíritos.

Podem os Espíritos familiares algumas vezes e de acordo com as circunstâncias, favorecer os interesses materiais por meio de revelações; porém, fiquemos bem cientes de que os bons Espíritos nunca se prestam a servir à cupidez (s. f. Cobiça; avidez; ambição.). Os maus nos fazem brilhar diante dos olhos mil atrativos, a fim de nos espicaçarem (verbo espicaçar - v. tr. dir. Ferir com o bico (falando das aves); picar com instrumento aguçado; torturar, magoar; incitar, estimular, animar; pr. ferir-se mutuamente com o bico.) e, depois, mistificarem, pela decepção.

Fiquemos ainda certos de que, se é da nossa prova passarmos tal ou tal vicissitude, os nossos Espíritos protetores poderão ajudar-nos a suportá-la com mais resignação, poderão mesmo suavizá-la; mas, no próprio interesse do nosso futuro, não lhes será lícito isentar-nos dela. Um bom pai não concede ao filho tudo o que este deseja.

Ä Questões sobre a sorte dos Espíritos:

Os Espíritos dão esclarecimentos sobre a situação em que se encontram no mundo espiritual, quando é a simpatia que dita o pedido, ou o desejo de lhes ser útil, e não a simples curiosidade. Constituem ainda grandes ensinamentos para nós, as revelações que os Espíritos nos fazem a respeito da natureza de seus sofrimentos ou da felicidade de que gozam, iniciando-nos assim, no conhecimento da verdadeira natureza das penas e das recompensas futuras.

Os bons Espíritos se sentem felizes em nos descreverem a felicidade dos eleitos, os maus podem ser constrangidos a descrever seus sofrimentos, a fim de que o arrependimento os ganhe. Nisso encontram eles, às vezes, até uma espécie de alívio: é o desgraçado que lamenta, na esperança de obter compaixão.

Ä Questões sobre a saúde:

Os Espíritos podem dar conselhos relativos à saúde. Esta é uma condição necessária para o trabalho que se deve executar na Terra, pelo que os Espíritos se ocupam de boa-vontade com ela. Mas, como há ignorantes e sábios entre eles, convém que, para isso, como para qualquer outra coisa, ninguém se dirija ao primeiro que apareça. Se nos dirigirmos ao Espírito de uma celebridade médica, poderemos estar mais certos de obter um bom conselho. As celebridades terrenas não são infalíveis e alimentam, às vezes, idéias sistemáticas, que nem sempre são justas e das quais a morte não as liberta imediatamente.

Só os Espíritos superiores possuem a ciência celeste e, sem usarem os nomes que conheçamos, podem eles saber, sobre todas as coisas, muito mais do que os nossos sábios. Não é só a ciência o que torna superiores os Espíritos.

Ä Perguntas sobre tesouros ocultos:

Os Espíritos superiores não se ocupam com a revelação dessas coisas, mas, os zombeteiros, freqüentemente indicam tesouros que não existem, ou se comprazem em apontá-los num lugar, quando se acham em lugar oposto. Isso tem a sua utilidade, para mostrar que a verdadeira riqueza está no trabalho.

Ä Perguntas sobre os outros mundos:

Quanto à confiança que se pode depositar nas descrições que os Espíritos fazem dos diferentes mundos, ela depende do grau de adiantamento real desses Espíritos, pois compreendemos que Espíritos vulgares são tão incapazes de nos informarem a esse respeito, quanto o é entre nós, um ignorante, de descrever todos os países da Terra.

Formulamos, muitas vezes, sobre esses mundos, questões que tais Espíritos não podem resolver. Se eles estiverem de boa fé, falarão disso de acordo com suas idéias pessoais, se forem Espíritos levianos divertir-se-ão em dar-nos descrições estranhas e fantásticas, tanto mais facilmente quanto esses Espíritos, que na erraticidade não são menos providos de imaginação do que na Terra, tiram dessa faculdade a narração de muitas coisas que nada têm de real. Entretanto, não podemos julgar absolutamente impossível obtermos, sobre os outros mundos, alguns esclarecimentos.

Os bons Espíritos se comprazem mesmo em descrever-nos os que eles habitam, como ensino tendente a nos melhorar, induzindo-nos a seguir o caminho que nos conduzirá a esses mundos. A exatidão dessas descrições reside na concordância que haja entre elas, cujo fim é o nosso melhoramento moral e que, por conseguinte é sobre o estado moral dos habitantes dos outros mundos que podemos ser mais bem informados e não sobre o estado físico ou geológico de tais esferas.

Bibliografia:

Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns. 2a Parte, Capítulos: XXIV, XXV e XXVI.
Dellane, Gabriel. Fenômeno Espírita. 3ª Parte.
Denis, Léon. No Invisível. 2a.Parte, Capítulo XXI.
Denis, Léon. Cristianismo e Espiritismo.N º12.
Kardec, Allan. Revista Espírita. Março – 186
Apostila do COEM – Centro de Educação e Orientação Mediúnica do Centro Espírita Luz Eterna, de Curitiba – 16.ª e 17.ª sessões teóricas – Das Evocações e Das perguntas que se podem fazer aos Espíritos.
Dicionário Brasileiro globo Multimídia.

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