quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

IRRADIAÇÃO - BASES DO FENÓMENO II

Introdução:

400. O Espírito encarnado permanece de bom grado no seu envoltório corporal?

“É como se perguntasses se ao encarcerado agrada o cárcere. O Espírito encarnado aspira constantemente à sua libertação e tanto mais deseja ver-se livre do seu invólucro, quanto mais grosseiro é este”.

401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo?

“Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos”.

ÄO Sono e os Sonhos. Exteriorização do Ser Humano.

Telepatia. Desdobramento. Os Fantasmas dos Vivos.

Desdobramento Mediúnico.

ÄO Sono e os Sonhos – “Embora, durante a vida, o Espírito se encontre preso ao corpo pelo perispírito, não se lhe acha tão escravizado, que não possa alongar a cadeia que o prende e transportar-se a um ponto distante, quer sobre a Terra, quer no espaço. Repugna ao Espírito estar ligado ao corpo, porque a sua vida normal é a de liberdade e a vida corporal é a do servo preso à gleba”.

“Ele, por conseguinte, se sente feliz em deixar o corpo, como o pássaro em se encontrar fora da gaiola, pelo que aproveita todas as ocasiões que se lhe oferecem para dela escapar, de todos os instantes em que a sua presença não é necessária à vida de relação. Tem-se então o fenômeno a que se dá o nome de emancipação da alma, fenômeno que se produz sempre durante o sono. De todas as vezes que o corpo repousa, que os sentidos ficam inativos, o Espírito se desprende”.(A Gênese, Cap. XIV item 23).

“... O Espírito encarnado aspira constantemente à sua libertação e tanto mais deseja ver-se livre do seu invólucro, quanto mais grosseiro é este”.

“... O Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então de sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos”.

Esta liberdade temporária do Espírito comprova-se através dos sonhos. “... Quando o corpo repousa, acredita-o, têm o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo, quer do outro”.

“O sono liberta a alma parcialmente do corpo. Quando dorme, o homem se acha por algum tempo no estado em que fica permanentemente depois que morre. Tiveram sonhos inteligentes os Espíritos que, desencarnando, logo se desligaram da matéria. Esses Espíritos, quando dormem, vão para junto dos seres que lhes são superiores. Com estes viajam, conversam e se instruem. Trabalham mesmo em obras que se lhes deparam concluídas, quando volvem, morrendo na Terra, ao mundo espiritual...”.

“Isto, pelo que concerne aos Espíritos elevados. Pelo que respeita ao grande número de homens que, morrendo, têm que passar longas horas de perturbação, na incerteza de que tantos já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam. Vão beber doutrinas ainda mais vis, mais ignóbeis, mais funestas do que as que professam entre vós. E o que gera a simpatia na Terra é o fato de sentir-se o homem, ao despertar, ligado pelo coração àqueles com quem acaba de passar oito ou nove horas de ventura ou de prazer. Também as antipatias invencíveis se explicam pelo fato de sentirmos em nosso íntimo que os entes com quem antipatizamos têm uma consciência diversa da nossa. Conhecemo-los sem nunca os termos vistos com os olhos. É ainda o que explica a indiferença de muitos homens. Não cuidam de conquistar novos amigos, por saberem que muitos têm que os amam e lhes querem. Numa palavra: o sono influi mais do que supondes na vossa vida.

“Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos. Por isso é que os Espíritos superiores assentem, sem grande repugnância, em encarnar entre vós. Quis Deus que, tendo de estar em contacto com o vicio, pudessem eles ir retemperar-se na fonte do bem, a fim de igualmente não falirem, quando se propõem a instruir os outros...”.

“O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Notai, porém que nem sempre sonhais. Que quer isto dizer? Que nem sempre vos lembrais do vistes, ou de tudo o que haveis, enquanto dormíeis. É que não tendes então a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades. Muitas vezes, apenas vos fica a lembrança da perturbação que o vosso Espírito experimenta à sua partida ou no seu regresso, acrescida da que resulta do que fizestes ou do que vos preocupa quando despertos... Acontece também que os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.

“Os sonhos são efeitos da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente existência ou das existências anteriores. As singulares imagens do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeados de coisas do mundo atual, é que formam esses conjuntos estranhos e confusos, que nenhum sentido ou ligação parecem ter”.

“A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas que apresenta a recordação incompleta que conservamos do que nos apareceu quando sonhávamos. É como se a uma narração se truncassem frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma significação racional teriam”.

“Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros nos sentido de que apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, freqüentemente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também, como atrás dissemos, um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta”.

“É necessário o sono completo para a emancipação do Espírito?”.

“Não; basta que os sentidos entrem em torpor para que o Espírito recobre sua liberdade. Para se emancipar, ele se aproveita de todos os instantes de trégua que o corpo lhe concede. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, tornando-se tanto mais livre, quanto mais fraco for o corpo”.

“Pode a atividade do Espírito, durante o repouso, ou o sono corporal, fatigar o corpo?”.

“Pode, pois que o Espírito se acha preso ao corpo qual balão cativo ao poste. Assim como as sacudiduras do balão abalam o poste, a atividade do Espírito reage sobre o corpo e pode fatiga-lo”. (O Livro dos Espíritos, questões 400 a 442).

André Luiz, em seu livro “Mecanismo da Mediunidade”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, em se reportando ao sono natural, registra o seguinte: “Na maioria das situações, a criatura, ainda extremamente aparentada com a animalidade primitivista, tem a mente como que voltada para si mesma, em qualquer expressão de descanso, tomando o sono para claustro remansoso das impressões que lhe são agradáveis, qual a criança que, à solta, procura simplesmente o objeto de seus caprichos”.

“Nesse ensejo, configura na onda mental que lhe é característica as imagens com que se acalenta, sacando da memória a visualização dos próprios desejos, imitando alguém que improvisasse miragens, na antecipação de acontecimentos que aspira a concretizar”.

“Atreita ao narcisismo, tão logo demande o sono, quase sempre se detém justaposta ao veiculo físico, como acontece ao condutor que repousa ao pé do carro que dirige, entregando-se à volúpia mental com que alimenta os próprios impulsos afetivos, enquanto a máquina se refaz”.

“Ensimesmada, a alma, usando os recurso da visão profunda, localizada nos fulcros do diencéfalo, e, plenamente desacolchetada do corpo carnal, por temporário desnervamento, não apenas se retempera nas telas mentais com que preliba satisfações distantes, mas experimenta de igual modo o resultado dos próprios abusos, suportando o desconforto das vísceras injuriadas por ele mesmo ou a inquietude os órgãos que desrespeita, quando não padece a presença de remorsos constrangedores, à face dos atos reprováveis que pratica, porquanto ninguém se livra, no próprio pensamento, dos reflexos de si mesmo”. (Mecanismos da Mediunidade, Cap. XXI).

E referindo-se ao “Sono e Sonho”, André Luiz esclarece: “Qual ocorre no animal de evolução superior, no homem de evolução positivamente inferior o desdobramento da individualidade, por intermédio do sono, é quase absoluto estagio de mero refazimento físico”.

“No primeiro, em que a onda mental é simplesmente fraca emissão de forças fragmentaria, o sonho é puro reflexo das atividades fisiológicas. No segundo, em que a onda mental está em fase iniciante de expansão, o sonho, por muito tempo, será invariável ação reflexa de seu próprio mundo consciêncial ou afetivo”.

“Nesse estagio evolutivo, permanecem milhões de pessoas – representando a faixa de evolução mediana da Humanidade – rendendo-se, cada dia, ao impositivo do sono ou hipnose natural do refazimento, em que se desdobram, mecanicamente, encontrando, fora do indumento carnal, em sintonia com as entidades que se lhes revelam afins, tanto na ação construtiva do bem, quanto na ação deletéria do mal, entretecendo-se-lhes o caminho da experiência que lhes é necessária à sublimação no porvir”. (Idem).

ÄExteriorização do Ser Humano.

“O sono, em verdade, outra coisa não é que a evasão da alma da prisão do corpo. No sono ordinário o ser psíquico se afasta pouco; não readquire senão em parte a sua independência, e quase sempre fica intimamente ligado ao corpo. No sono provocado, o desprendimento atinge todas as gradações. Sob a influencia magnética, os laços que prendem a alma ao corpo se vão afrouxando pouco a pouco. Quanto mais profunda é a hipnose, mais se desprende e se eleva a alma. Sua lucidez aumenta, sua penetração se intensifica, o círculo de suas percepções se dilata. Ao mesmo tempo as zonas obscuras, as regiões ocultas do” eu “se ampliam, se esclarecem e entram em vibrações: todas as aquisições do passado ressurgem.

As faculdades psíquicas – vista a distância, audição, adivinhação – entram em atividade. Com os estados superiores da hipnose chegamos aos últimos confins, aos extremos limites da vida física. O ser já vive então da vida do Espírito e utiliza as suas capacidades. Mais um grau, e o laço”. Fluídico “. Que liga a alma ao corpo se despedaçaria. Seria a separação definitiva, absoluta – a morte”.

Certos fatos comprovam que a “alma tem uma existência própria, independente do corpo, e possui um conjunto de faculdades que se exercem sem o concurso dos sentidos físicos”.

“Em primeiro lugar, durante o sono normal quando o corpo descansa e os sentidos estão inativos, podemos verificar que um ser vela por nós vê e ouve através dos obstáculos materiais, paredes ou portas, e a qualquer distancia. No sonho sucedem-se imagens, desenrolam-se quadros, ouvem-se vozes, travam-se conversações com diversas pessoas. O ser fluídico se desloca, viaja, paira sobre a Natureza, assiste a uma multidão de cenas, ora incoerentes, ora definidas e claras, e tudo isso se realiza sem a intervenção dos sentidos materiais, estando fechados os olhos, e os ouvidos nada percebendo”.

“Em certos casos, a visão psíquica durante o sono caracteriza-se por uma nitidez e exatidão idêntica as percepções físicas no estado de vigília...” (No Invisível, Cap. XII).

ÄTelepatia
“A ação da alma, a distancia, sem o concurso dos sentidos, se revela mesmo no estado de vigília, nos fenômenos da transmissão do pensamento e da telepatia”.

“Sabemos que cada ser humano possui um dinamismo próprio, um estado vibratório que varia ao infinito, conforme os indivíduos, e os torna aptos a produzir nos outros e perceberem eles próprios sensações psíquicas extremamente variadas”.

“As vibrações de nosso pensamento, projetadas com intensidade volitiva, se propagam ao longe e podem influenciar organismos em afinidade com o nosso, e depois, suscitando uma espécie de ricochete, voltar a ponto de emissão. Assim duas almas, vinculadas pelas ondulações de um mesmo ritmo psíquico, podem sentir e vibrar em uníssono”.

“Para praticar a telepatia são necessárias duas condições: de um lado no operador, a concentração e a exteriorização do pensamento. Para agir mentalmente, a distancia, é preciso recolher-se e dirigir com persistência o pensamento ao alvo predeterminado. Provoca-se assim um desprendimento parcial do ser psíquico, e origina-se uma corrente de vibrações que nos põe em relação com o nosso correspondente. Neste se requer, por sua parte, um degrau suficiente de sensibilidade”.

““ Uma vez fixado pensamento e estabelecida a corrente vibratória, torna-se possível à comunicação. Chegamos a corresponder-nos telepaticamente, não só com os nossos amigos terrestres, mas também com os do Espaço, porque a lei das correspondências é a mesma nos dois casos “. (Idem)”.

ÄDesdobramento. Os Fantasmas dos Vivos.

“Às vezes, durante o sono ou na vigília, a alma se exterioriza, se objetiva em sua forma fluídica e aparece, a distancia. Daí o fenômeno dos fantasmas dos vivos”.

“Os fantasmas dos vivos atuam sobre a matéria; abrem e fecham portas, agitam campainhas, fazem ouvir acordes em pianos fechados. Impressionam animais domésticos, deixam sinais de mãos e dedos na poeira dos moveis e, às vezes, mesmo comunicações escritas, que permanecem como uma irrecusável prova de sua passagem”.

“Os desdobramentos dos vivos têm sido comprovados em todos os tempos. Deles relata a Historia numerosos casos, firmados em valiosos testemunhos”.

“A mística cristã registra, como fatos miraculosos, casos de bilocação ou bicorporeidade, em que facilmente reconhecemos fenômenos de exteriorização”.

“Santo Afonso de Liguóri foi canonizado por se ter mostrado simultaneamente em dois lugares diferentes. Achando-se adormecido em Arienzo, pôde assistir à morte do papa Clemente XIV, em Roma, e anunciou, ao despertar, que acabava de ser testemunha desse acontecimento”.

“O caso de Santo Antônio de Pádua é célebre. Estando em Pádua a pregar, interrompeu-se de repente, em meio do sermão e adormeceu. Nesse mesmo instante, em Lisboa, seu pai, acusado falsamente de homicídio, era conduzido ao suplício. Santo Antonio aparece, demonstra a inocência de seu pai e faz conhecer o verdadeiro culpado”. (No Invisível, Cap. XII).

Clássico no Espiritismo moderno é o caso de Émile Sagée, citado por Alexandre Aksokof, em seu livro “Animismo e Espiritismo”.

Em 1845, Émile Sagée, de Dijon, França, era professora no Colégio de Neuwelke, na Livônia, Rússia; o colégio era uma instituição para moças nobres e contava com quarenta e duas internas.

“Poucas semanas depois de sua entrada na casa, singulares boatos começaram a correr a seu respeito entre as alunas. Quando uma dizia tê-la visto em tal parte do estabelecimento, freqüentemente outra assegurava tê-la encontrado em outra parte, na mesma ocasião, dizendo”.Isso não; é possível, pois acabo de passar por ela na escada “, ou antes, garantia tê-la visto em algum corredor afastado. Acreditou-se a principio em algum equívoco...”.

“... Certo dia em que Émile Sagée dava uma lição a treze meninas... e que, para melhor fazer compreender a sua demonstração, escrevia a passagem a explicar no quadro-negro, as alunas viram de repente, com grande terror, duas jovens Sagée, uma ao lado da outra! Elas se assemelhavam exatamente e faziam os mesmos gestos”.

“Passaram-se meses e fenômenos semelhantes continuaram a produzir-se. Via-se de tempos em tempos, ao jantar, o duplo da professora de pé, por trás de sua cadeira, imitando seus movimentos, enquanto ela jantava, porém sem faca, nem garfo, nem comida nas mãos. Alunas e criadas de servir à mesa testemunharam o fato, da mesma maneira”.

“Certo dia todas as alunas, em numero de quarenta e duas, estavam reunidas em um mesmo aposento e ocupadas em trabalhos de bordados. Era um salão do andar térreo do edifício principal, com quatro grandes janelas, ou antes, quatro portas envidraçadas que se abriam diretamente para o patamar da escada e conduziam ao jardim muito extenso pertencente ao estabelecimento. No centro da sala havia uma grande mesa diante da qual se reuniam habitualmente as diversas classes para se entregarem a trabalhos de agulha ou outros análogos”.

“Naquele dia as jovens colegiais estavam todas sentadas diante da mesa, e podiam ver perfeitamente o que se passava no jardim; ao mesmo tempo em que trabalhavam, viam a jovem Sagée, ocupada em colher flores, nas proximidades da casa; era uma das suas distrações prediletas. No extremo da mesa, em posição elevada, conservava-se uma outra professora, incumbida da vigilância e sentada numa poltrona de marroquim verde. Em dado momento, essa senhora desapareceu e a poltrona ficou desocupada. Mas foi apenas por pouco tempo, pois as meninas viram ali de repente a forma da jovem Sagée. Imediatamente elas dirigiram a vista para o jardim e viram-na sempre ocupada em colher flores; apenas seus movimentos eram mais lentos e pesados, semelhantes aos de uma pessoa sonolenta ou exausta de fadiga. De novo dirigiram os olhos para a poltrona, em que o duplo estava sentado, silencioso e imóvel, mas com tal aparência de realidade que, se não tivessem visto a jovem Sagée e não soubessem que ela tinha”. Aparecido na poltrona sem ter entrado na sala, acreditariam que era ela em pessoa. Convictas, no entanto, de que não se tratava de uma pessoa real, e pouco habituadas com essas manifestações extraordinárias, duas das mais ousadas alunas se aproximaram da poltrona, e, tocando na aparição, acreditaram sentir uma certa resistência, comparável à que teria oferecido um leve tecido de musselina ou de crepe. Uma delas chegou mesmo a passar defronte da poltrona e a atravessar na realidade uma parte da forma... As quarentas e duas colegiais verificaram o fenômeno da mesma maneira.

“Algumas dentre elas perguntaram em seguida à jovem Sagée se, naquela ocasião, ela tinha experimentado alguma coisa de particular; esta respondeu que apenas se recordava de ter pensado, diante da poltrona desocupada:” Eu preferiria que a professora não se tivesse ido embora; certamente, essas meninas vão perder o tempo e cometer alguma travessura “.

“... Naturalmente, os pais começaram a experimentar escrúpulo em deixar suas filhas por mais tempo sob semelhante influência, e muitas alunas, que tinham saído em férias, não mais voltaram. No fim de dezoito meses, havia apenas doze alunas das quarentas e duas que eram. Por maior que fosse a repugnância que tivessem com isso, foi preciso que os diretores sacrificassem Emília Sagée.

“Ao ser despedida, a jovem, desesperada, exclamou: oh! Já pela décima nona vez: é duro, muito duro de suportar!”.

“Quando lhe perguntaram o que queria dizer com isso, ela respondeu que por toda parte onde tinha passado – e desde o começo de sua carreira de professora, na idade de dezesseis anos, tinha estado em dezoito casas antes de ir a Neuwelcke -, os mesmos fenômenos se tinham produzido, motivando sua destituição”. (Animismo e Espiritismo – Cap. IV – item III).

Outras experiências demonstraram a possibilidade, para certos indivíduos de se desdobrarem parcialmente, de materializarem determinadas partes de sua forma fluídica e produzirem vários fenômenos. Médiuns como Eusápia Paladino e Eglinton, provocavam a muitos metros de distancia e sem contacto físico, a deslocação de corpos inertes em plena luz e deixavam impressões de seus membros fluídicos em substancias moles: argila parafina ou papel enegrecido ao fumo.

ÄDesdobramento Mediúnico
Não devemos confundir médium de desdobramento com médium de transporte.

ÄMédium de transporte : é o de efeitos físicos, que serve de instrumento para que os Espíritos transportem objetos, flores, etc... Do exterior para o interior e vice-versa.

ÄMédium de desdobramento : é aquele cujo Espírito tem a possibilidade de desprender-se e excursionar por vários lugares, na Terra ou no mundo Espiritual, a fim de colaborar nos serviços, consolando ou curando.

O médium de desdobramento que deseja aprimorar a sua faculdade, e aumentar os seus recursos, não podem prescindir de condições de ordem moral, tais como: vida pura, aspirações elevadas, potencia mental pelo cultivo de pensamentos elevados, disciplinação da vontade e da concentração, cultivo da prece e exercício regular em ambiente equilibrado e propício. Deve ainda contar com a sustentação vibratória, responsável e consciente dos componentes do grupo e, certos casos, o auxilio magnético dos encarnados, primando pela espontaneidade.

ÄSumário:

O Espírito embora preso ao corpo pelo perispírito, alonga a cadeia que o prende e transporta-se a pontos distantes, quer sobre a Terra, quer no espaço.

Este fenômeno é chamado emancipação da alma, fenômeno que se produz sempre durante o sono.

Quanto mais grosseiro é o invólucro que prende o Espírito, mais deseja este a libertação.

Durante o sono afrouxam-se os laços que prendem o Espírito ao corpo e ele se lança pelo espaço e entra em relação direta com os outros Espíritos. Esta liberdade temporária do Espírito comprova-se através dos sonhos.

Quando o corpo repousa tem o Espírito mais faculdades que no estado de vigília.

Os Espíritos que não se acham muito ligados às coisas materiais quando dormem, buscam os seres que lhes são superiores; com eles viajam, conversam e se instruem. Trabalham em obras espirituais.

Os Espíritos que se comprazem com as coisas materiais e as paixões do mundo, esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores a Terra, onde os chamam velhas afeiçoes, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que tanto se deleitam.

Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos.

Os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.

Os sonhos são efeitos da emancipação da alma; daí uma espécie de clarividência indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente existência ou das existências anteriores.

Sob a influencia magnética, os laços que prendem a alma ao corpo se vão afrouxando pouco a pouco e o desprendimento atinge todas as gradações.

A alma aumenta sua lucidez, sua penetração se intensifica, o círculo de suas percepções se dilata. O ser já vive então da vida do Espírito e utiliza as suas capacidades.

A ação da alma, a distancia, se revela mesmo no estado de vigília, nos fenômenos da transmissão do pensamento e da telepatia.

Às vezes durante o sono ou na vigília a alma se exterioriza, se objetiva em sua forma fluídica e aparece, a distancia. Daí o fenômeno do “fantasma dos vivos”.

Médium de transporte é o de efeitos físicos que permite aos Espíritos o transporte de objetos para lugares próximos ou distantes.

Médium de desdobramento é aquele cujo Espírito tem a possibilidade de desprender-se e excursionar por vários lugares, na Terra ou mundo espiritual.

ÄFenômeno Mediúnico e Fenômeno Anímico

Os fenômenos no Mundo (Livro Correnteza de Luz – José Raul Teixeira pág; 41).

Em toda a história do gênero humano sobre a Terra, tomamos conhecimento dos múltiplos fenômenos de ordem parapsíquica ocorridos no seio dos grupos e sociedades, nos mais variados estados de desenvolvimento ou de cultura.

Os fenômenos mediúnicos, em todas as épocas sinalizaram com essa possibilidade de os homens travarem contato com os mortos que já se desligaram dos vínculos orgânicos, os chamados mortos.

Fenômenos inumeráveis ocorreram em vastas proporções, com os Espíritos escrevendo diretamente, falando diretamente, mostrando-se claramente à luz do dia ou no íntimo da noite, convocando os homens a um nível de pensamento mais alto em torno dos objetivos de seus compromissos no mundo.

O mais eloqüente fenômeno que os Céus aguardam que ocorra no mundo é o da conversão do Espírito equivocado para que realize o seu encontro com o Criador.

Contudo, o fenômeno mediúnico é apenas meio; a sua finalidade é a estrada da redenção.

O fenômeno mediúnico não deverá estar dissociado dos anelos de renovação e progresso de cada individuo.

Somente quando Jesus houver sido entronizado na alma da coletividade, para instalar o verdadeiro amor na Humanidade, o objetivo dos mais eminentes fenômenos terá sido atingido sobremodo, pela luz que brilhará na fronte do médium que cada um será da Vontade Celeste sobre o mundo.

ÄFenômeno Anímico
ÄAnimismo : é o fenômeno produzido pela própria alma do médium, e desde que espontâneo, é sempre válido. Difere da mistificação que pressupõem engodo, engano, dolo, mentira, e pode ser produzida por espíritos desencarnados, bem como, também, pelo próprio médium, consciente ou inconsciente.

“Como distinguir se o Espírito que responde é o do médium, ou outro?”

“Pela natureza das comunicações. Estuda as circunstancias e a linguagem e distinguirás. No estado de sonambulismo, ou de êxtase, é que, principalmente, o Espírito do médium se manifesta, porque então se encontra livre. No estado normal é mais difícil. Aliás, há respostas que se lhe não podem atribuir de modo algum. Por isso é que te digo: estuda e observa. (Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. XIX, item 223, pergunta 3ª)”.

Dentre os entraves encontrados na prática mediúnica, capazes de preocupar e mesmo perturbar a muitos seareiros, está o animismo.

O animismo passou a constituir-se um fantasma de tal ordem que se torna uma das constatações que mais oprimem os médiuns e exacerbam dirigentes de sessões.

O animismo é daquelas ocorrências que bem poderemos considerar como um ruído na comunicação mediúnica, tendo em vista que ele será capaz de interceptar a mensagem e altera-la de tal modo, que adultere o seu sentido mais profundo...

... Qual a razão de o animismo ser tão mal visto e tão firmemente condenado nos labores mediúnicos?

É que, mesmo sabendo que em todo e qualquer fenômeno mediúnico a presença do fator anímico é inevitável, pelo fato de o comunicante espiritual valer-se dos elementos biológicos, psicológicos e culturais do médium, para elaborar e exteriorizar a sua mensagem, no que se refere à qualidade e à intensidade do fenômeno, espera-se que a interferência anímica não ultrapasse as linhas do admissível, digamos, do suportável.

Na reunião mediúnica deseja-se o diálogo com o desencarnado, a fim de que se lhe ouça os arrozoados, se lhe capte as idéias, e não os pensamentos e idéias do médium, revestidas de características variadas. (Extraídas partes; do Livro Correnteza de Luz – Médium J. Raul Teixeira pelo Espírito Camilo, pág 99).

ÄBibliografia: Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, 2.ª parte, Cap. VII, questões 400 a 418; Idem, A Revista Espírita, dezembro-1858, julho-1865, junho-1866; Leon Denis, No Invisível, 2.ª parte, Cap. XII e XIII; idem, Depois da Morte, Cap. XI; André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Mecanismos da Mediunidade, Cap. XXI; Idem, Nos Domínios da Mediunidade, Cap. XI e XIX; Martins Peralva, Estudando a Mediunidade, Cap. XV. “. (A Gênese, Cap. XIV item 23)”.

(O Livro dos Espíritos, questões 400 a 442). (Livro Correnteza de Luz – José Raul Teixeira pág; 41). (Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. XIX, item 223, pergunta 3ª) “. (Extraído partes; do Livro Correnteza de Luz – Médium J. Raul Teixeira pelo Espírito Camilo, pág 99). Apostilas do Coem.

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