quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

OS ESPIRITOS ESCALA

Os Espíritos -


Ä Diferentes Ordens de Espíritos.

A classificação dos Espíritos se baseia no seu grau de adiantamento, nas qualidades que já adquiriram e nas imperfeições de que ainda terão de despojar-se.

Esta classificação, aliás, nada tem de absoluta . Apenas no seu conjunto cada categoria apresenta caráter definitivo. Podem, pois, formar-se maior ou menor número de classes, conforme o ponto de vista donde se considere a questão . Dá-se aqui o que se dá com todos os sistemas de classificação cientifica, que podem ser mais ou menos completos, mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos para a inteligência. Assim, é natural que inquiridos sobre este ponto, hajam os Espíritos divergido quanto ao número das categorias, sem que isto tenha valor algum . Entretanto, não faltou quem se agarrasse a esta contradição aparente, sem refletir que os Espíritos nenhuma importância ligam ao que é puramente convencional. Para eles, o pensamento é tudo. Deixam-nos a nós a forma, a escolha dos termos, as classificações, numa palavra, os sistemas. Devemos ainda considerar que se não deve jamais perder de vista, a de que entre os Espírito, do mesmo modos que entre os homens, há os muito ignorantes, de maneira que nunca serão demais as cautelas que se tomem contra a tendência a crer que, por serem Espíritos , todo devam saber tudo.

Os Espíritos em geral, admitem três categorias principais, ou três grandes divisões. Na última, a que fica na parte inferior da escala, estão os Espíritos imperfeitos, caracterizados pela predominância da matéria sobre o Espírito e pela propensão para o mal. Os da segunda se caracterizam pela predominância do Espírito sobre a matéria e pelo desejo do bem: são os bons Espíritos. A primeira, finalmente, compreende os Espíritos puros, os que atingiram o grau supremo da perfeição.

Com o auxilio desse quadro, fácil será determinar-se a ordem, assim como o grau de superioridade ou de inferioridade dos que possam entrar em relação conosco e, por conseguinte, o grau de confiança ou de estima que merecem.


Ä Terceira Ordem – Espíritos Imperfeitos:

Predominância da matéria sobre o Espírito. Propensão para o mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as paixões que lhes são conseqüentes. Têm a intuição de Deus, mas não o compreendem. Uns não fazem o bem nem o mal; mas pelo simples fato de não fazerem o bem, já denotam a sua inferioridade. Outros, ao contrário, se comprazem no mal e rejubilam quando uma ocasião se lhes depara de praticá-lo. Na linguagem de que usam se lhes revela o caráter. Todo Espírito que, em suas comunicações, trai um mau pensamento, pode ser classificado na terceira ordem. Conseguintemente, todo mau pensamento que nos é sugerido vem de um Espírito dessa ordem

Podem compor cinco classes principais: Espíritos Impuros , Levianos,


Pseudos-Sábios, Neutros, Batedores e Perturbadores.


1) - Espíritos Impuros –

São inclinados ao mal, de que fazem objeto de suas preocupações. Ligam-se a homens de caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de induzi-los à perdição.


2) - Espíritos Levianos –

São ignorantes, maliciosos, irrefletidos e zombeteiros. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de intrigar, de induzir maldosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas.


3) - Espíritos Pseudo-Sábios –

Dispõem de conhecimentos bastante amplos, porém, crêem saber mais do que realmente sabem.


4) - Espíritos Neutros –

Nem bastante bons para fazerem o bem nem bastante maus para fazerem o mal. Apegam-se às coisas deste mundo, de cujas grosseiras alegrias sentem saudades.


5) - Espíritos Batedores e Perturbadores –

Estes Espíritos, propriamente falando, não formam uma classe distinta pelas suas qualidades pessoais. Podem caber em todas as classes da terceira ordem. Manifestam geralmente sua presença por efeitos sensíveis e físicos, como pancadas, movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos, agitação do ar, etc.


Ä Segunda Ordem - Bons Espíritos -

Predominância do Espírito sobre a matéria; desejo do bem. Suas qualidades e poderes para o bem estão em relação com o grau de adiantamento que hajam alcançado; uns têm ciência, outros a sabedoria e a bondade. Compreendem Deus e o infinito e já gozam da felicidade dos bons. São felizes pelo bem que fazem e pelo mal que impedem. O amor que os une lhes é fonte de inefável ventura, que não tem a pertubá-la nem a inveja, nem os remorsos, nem nenhuma das más paixões que constituem o tormento dos Espíritos imperfeitos . Todos, entretanto, ainda têm que passar por provas, até que atinjam a perfeição.

Quando encarnados, são bondosos e benevolentes com os seus semelhantes. Não os movem o orgulho, nem o egoísmo, ou a ambição. Não experimentam ódio, rancor, inveja ou ciúme e fazem o bem pelo bem.

A esta ordem pertencem os Espíritos designados, nas crenças vulgares, pelos nomes de bons gênios, gênios protetores, Espíritos do bem. Em épocas de superstições e de ignorância, eles hão sido elevados à categoria de entidades benfazejas. Ainda podem ser divididas em quatro grupos principais:



- Espíritos benévolos –

A bondade neles é qualidade dominante.Hão progredido mais no sentido moral do que intelectual.



- Espíritos Sábios –

Distinguem-se pela amplitude de seus conhecimentos. Entretanto, só encaram a ciência do ponto de vista da sua utilidade e jamais dominados por quaisquer paixões


próprias dos Espíritos imperfeitos.



– Espíritos de Sabedoria –

As qualidades morais da ordem mais elevadas são o que os caracterizam.



- Espíritos Superiores –

Esses em si reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Sua superioridade os torna mais aptos do que os outros a nos darem noções exatas sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que é permitido ao homem saber. Afastam-se daqueles que só a curiosidade impele, ou que, por influência da matéria, fogem à prática do bem.

Quando, por exceção encarnam na terra, é para cumprir missão de progresso e então nos oferecem o tipo da perfeição a que a humanidade pode aspirar neste mundo.


Ä Primeira Ordem - Espíritos Puros

Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens .


1) - Classe Única: Os Espíritos que a compõe percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível à criatura, não tem mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus.

Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Comandam a todos os Espíritos que lhes são inferiores, auxiliam-nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões. Assistir os homens nas suas aflições, concitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os conservam distanciados da suprema felicidade, constitui para eles ocupação gratíssima. São designados às vezes pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins.

Podem os homens pôr-se em comunicação com eles, mas extremamente presunçoso seria aquele que pretendesse tê-los constantemente às suas ordens.


Ä Progressão dos Espíritos –

Todos os Espíritos que povoam o Universo foram criados por Deus simples e ignorante, sem nenhum conhecimento e são destinados à perfeição. É nesse estado de perfeição que eles encontram a pura e eterna felicidade, decorrente do pleno conhecimento das leis que regem a vida e de sua plena vivência.

Entre estes dois extremos, a criação e a destinação, existe um caminho que cabe a todos os Espíritos trilhar e que representa a conquista gradativa desses conhecimentos. Deus propicia a todos os meios necessários para essa conquista, criando, inclusive, necessidades aos Espíritos que, para atende-las, precisam agir. É através dessa ação que os espíritos progridem, conquistam os conhecimentos e desenvolvem os sentimentos, adquirindo, assim, gradativamente, as virtudes que lhes propiciarão chegar ao estado de perfeição.

Deus não aquinhoa melhor a uns do que a outros, porquanto é justo, e, visto serem todos seus filhos, não tem predileções. Ele lhes diz: Eis a lei que deve constituir a vossa norma de conduta; ela só pode levar-vos ao fim; tudo que lhe for conforme é o bem, tudo que lhe for contrário é o mal. Tendes inteira liberdade de observar ou infringir esta lei, e assim sereis os árbitros da vossa própria sorte.

Por ai se observa a lei de liberdade regendo o progresso dos Espíritos.




Através de seu trabalho e com o uso do livre-arbítrio o Espírito vai, de forma voluntária

e consciente, conquistando as virtudes que não possue e desfazendo-se das sua

imperfeições.


Ä Forma e Ubiqüidade dos Espíritos –

Encontramos em O Livro dos Espíritos, na Parte Segunda, Capítulo Primeiro no subtítulo Forma e Ubiqüidade dos Espíritos, a questão 88, onde se indaga: "Os Espíritos têm forma determinada, limitada e constante? a que os Espíritos Superiores, que lançaram as bases da Doutrina Espírita, respondem: " Para vós, não; para nós, sim. O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea."

Em face de outra indagação, complementar á primeira, "essa chama ou centelha tem cor? ao que eles esclarecem; tem uma coloração que, para vós, vai do colorido escuro e opaco a uma cor brilhante, qual a do rubi, conforme o Espírito é mais ou menos puro." Observa-se, nas duas respostas, que os Espíritos procuram estabelecer uma comparação, embora pálida, do que existe no plano espiritual, quanto a forma e a cor dos Espíritos, com as limitações do nosso mundo físico e dos nossos sentidos. Fica claro que os Espíritos têm forma e cor, mas só por alto se pode comparar com a forma e a cor que estamos, como seres encarnados, acostumados a observar.

A alma assiste, pois, a espetáculos que não temos meios de descrever: ouve harmonias que nenhum ouvido humano tem apreciado, move-se em completa oposição às condições de viabilidade terrestre. O Espírito liberto das cadeias do corpo não tem mais necessidade de alimentar-se, não se arrasta mais pelo solo: a matéria imponderável de que é formado permite-lhe transportar-se para os mais longínquos lugares com a rapidez de um relâmpago, e, segundo o grau do seu adiantamento moral, suas ocupações espirituais afastam-se mais ou menos das preocupações que nutria na Terra.


Ä Ubiqüidade dos Espíritos –

Questionados se os Espíritos têm o dom da ubiqüidade, isto é, se um Espírito pode dividir-se, ou estar em muitos pontos ao mesmo tempo (questão 92 de O Livro dos Espíritos), os Orientadores Espirituais, que ditaram a codificação, respondem:

" Não pode haver divisão de um mesmo Espírito; mas, cada um é um centro que irradia para diversos lados. Isso é que faz parecer estar um Espírito em muitos lugares ao mesmo tempo. Vês o Sol ? É um somente. No estando, irradia em todos os sentidos e leva muito longe os seus raios. Contudo, não se divide."

Observa-se, desta forma, que os Espíritos são indivisíveis; constituem uma unidade que não pode ser fracionada. Podem ser percebidos em mais de um lugar por efeito de seu poder de irradiação, poder esse que é maior ou menor, dependendo "do grau de pureza de cada um." Isto nos permite compreender um fenômeno muitas vezes constatado, em que se registra a presença de Espíritos Superiores em diversos lugares ao mesmo tempo. O fenômeno da ubiqüidade guarda, de certa forma, relação com o da bicorporiedade.

O fenômeno da bicorporiedade ocorre estando o Espírito encarnado. Uma pessoa encontrando-se adormecida, ou num estado mais ou menos extático, pode seu Espírito, desligado do corpo, aparecer, falar e mesmo tornar-se tangível a outras pessoas, em outros lugares. No fenômeno da ubiqüidade, como foi dito cima, o Espírito não se divide para estar em lugares diferentes. "Irradia-se para diversos lados e pode assim manifestar-se em muitos pontos, sem se haver fracionado. Dá-se o que se dá com a luz, que pode refletir-se simultaneamente em muitos espelhos."

É verdade que, quanto mais evoluído é o Espírito, maior é o seu poder de irradiação, mais potente é o seu dom de ubiqüidade.

Sem comentários: