quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

PERISPIRITO

Introdução:

23. Que é o Espírito?

"O princípio inteligente do Universo”.

a) - Qual a natureza íntima do Espírito?

"Não é fácil analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é o nada e o nada não existe”.

68. Qual a causa da morte dos seres orgânicos?

"Esgotamento dos órgãos”.

a) - Poder-se-ia comparar a morte à cessação do movimento de uma máquina desorganizada?

"Sim; se a máquina está mal montada, cessa o movimento; se o corpo está enfermo, a vida se extingue”. (Livro dos Espíritos).

945. Que se deve pensar do suicídio que tem como causa o desgosto da vida?

"Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes teria sido tão pesada”.

946. E do suicídio cujo fim é fugir, aquele que o comete, às misérias e às decepções deste mundo?

"Pobres Espíritos, que não têm a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aos que sofrem e não aos que carecem de energia e de coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados! Ai, porém, daqueles que esperam a salvação do que, na sua impiedade, chamam acaso, ou fortuna! O acaso, ou a fortuna, para me servir da linguagem deles, podem, com efeito, favorecê-los por um momento, mas para lhes fazer sentir mais tarde, cruelmente, a vacuidade dessas palavras”.

a) - Os que hajam conduzido o desgraçado a esse ato de desespero sofrerão as conseqüências de tal proceder?

"Oh! Esses ai deles! Responderão como por um assassínio."

957. Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as conseqüências do suicídio?

"Muito diversas são as conseqüências do suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às causas que o produziram. Há, porém, uma conseqüência a que o suicida não pode escapar; é o desapontamento. Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam”.



ÄMecanismo da Mediunidade – Perispírito e sua natureza

“O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais importantes produtos do fluído cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma. Já vimos que também o corpo carnal tem seu princípio de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível. No perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O corpo perispirítico e o corpo carnal têm, pois origem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes”. (A Gênese – Cap. XIV – item 7).

O termo perispírito foi criado por Allan Kardec, o insigne codificador da Doutrina espírita, que por seu talento, cultura e por repetidas e metódicas experiências, veio, desassombradamente, enfrentar concepções dogmáticas, cientificas e religiosas, provando a constituição ternária do Homem, pela existência do mediador plástico entre o corpo e a alma. Envolvendo o gérmen de um fruto há o perisperma; por comparação criou o codificador o termo perispírito para definir o envoltório do Espírito propriamente dito.

Estudando as religiões e as filosofias que antecederam o Espiritismo, vê-se que muitas procuram, mais ou menos teoricamente, um elemento fluídico ou semimaterial que pudesse servir de traço de união, numa harmônica gradação vibratória, entre o corpo físico, material, e o Espírito, quintessenciado e sutil, donde resultou para o perispírito uma variada sinonímia.

No Egito a mais antiga crença, a dos “Começos” (5.000 a.C.), já acreditava na existência de um corpo para o Espírito, denominado KHA. Na Índia, o Rig-Veda, livro sagrado dos Vedas, refere em seus cânticos a glória do Ária que retorna às alturas e fala do corpo em que este se transportará – é o Linga Sharira. Na China, Confúcio falou do “Corpo Aeriforme” em se referindo ao invólucro da alma e o Esoterismo Judeu dava-lhe o nome “Nephesh”. Na Grécia, os filósofos adotavam variada nomenclatura para definir o envoltório do Espírito; daí surgirem os nomes “Veículo Leve”, “Corpo Luminoso”, “Carro Sutil da Alma”, sendo constituído de uma substância mista – “Ochema”, outros ainda denominavam-lhe Eidôlon (tradicionalismo grego). Para os Brâmanes era chamado “Kama-Rupa”. Para Hipócrates, “Enormon”, enquanto que para Pitágoras era “Carne Sutil da Alma”. Paracelso chamou-o de “Corpo Astral ou Evestrum”, e Aristóteles “Corpo Sutil e Etéreo”.

Para a maioria dos pensadores da Escola Neo-Platônica de Alexandria, era denominado “Astroeidê”, sendo para Plotino e Próclus, dessa mesma escola, respectivamente, “Corpo Aéreo ou Ígneo” e “Veículo da Alma”. Para Leibnitz era “Corpo Fluídico”; para Cudwort “Mediador Plástico”, para Von Helmont “Arqueu”; para Euler “Influxo Físico”, para Reichenbach “Luz Ódica”; para Isidoro Geoffroy Sant’Hilaire “Modelo Ideal”; para Dassier era “Fantasma Póstumo”; para o Dr. H. baraduc era “Alma”.

Dentre os primeiros cristãos, Paulo em suas epístolas, I Coríntios, v.42 e 44, refere-se ao “Corpo Espiritual” ou Corpo Incorruptível. Tertuliano chama-lhe “Corpo Vital da Alma” e Orígenes “Aura”. Santo Hilário, São Basílio de Cesaréia, Atanásio, Metódius, Justino, Minúcio, Fêlix, Fulgêncio, Arnóbio, São Cirilo de Alexandria, São Bernardo, Santo Agostinho, João de Tessalonica e muitos outros estudiosos e religiosos, identificaram o invólucro da alma, e “Pneuma” era sua denominação. Encontraremos ainda diversas citações sobre o corpo do Espírito e suas variadas denominações nos Sistemas Herméticos e Secretistas. Temos: Mano-Maya (Vedanta): Boadhas (Zend Avesta): Rouach (Kabala Hebraica): Imago (tradicionalismo Latino); Khi (Tradicionalismo Chinês).



ÄFormação e Propriedades do Perispírito
“Do meio onde se encontra é que o Espírito extrai o seu perispírito, isto é esse envoltório ele o forma dos fluidos ambientes. Resulta daí que os elementos constitutivos do perispírito naturalmente variam, conforme os mundos... Emigrando da terra, o Espírito deixa aí o seu invólucro fluídico e toma outro apropriado ao mundo onde vai habitar”.

“A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar de envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, à vontade, de um mundo para outro. Alguns há, portanto, cujo envoltório fluídico, se bem que etéreo e imponderável com relação à matéria tangível, ainda é por demais pesado, se assim nos podemos exprimir, com relação ao mundo espiritual, para não permitir que eles saiam do meio que lhes é próprio. Nessa categoria se devem incluir aqueles cujo perispírito é tão grosseiro, que eles o confundem com o corpo carnal, razão por que continuam a crer-se vivos. Esses espíritos, cujo número é avultado, permanecem na superfície da Terra, com os encarnados, julgando-se entregues às suas ocupações terrenas. Outros um pouco mais desmaterializados não o são, contudo, suficientemente, para se elevarem acima das regiões terrestres”.

“A camada de fluidos espirituais que cerca a Terra se pode comparar às camadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais compactas, menos puras, do que as camadas superiores. Não são homogêneos esses fluidos; são uma mistura de moléculas de diversas qualidades, entre as quais necessariamente se encontram as moléculas elementares que lhes formam a base, porém mais ou menos alteradas. Os efeitos que esses fluidos produzem estarão na razão da soma das partes puras que eles encerram”.

“Os Espíritos chamados a viver naquele ambiente tiram dele seus perispírito; porém, conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele encarna. O Espírito produz aí, sempre por comparação e não por assimilação, o efeito de um reativo químico que atrai a si as moléculas que a sua natureza pode assimilar”.

“Resulta disso este fato capital: a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a circunda. O mesmo já não se dá com o corpo carnal, que, como foi demonstrado, se forma, se forma dos mesmos elementos, qualquer que seja a superioridade ou a inferioridade do Espírito. Por isso, em todos, são os mesmos os efeitos que o corpo produz, semelhante às necessidades, ao passo que diferem em tudo o que respeita ao perispírito”.

“Também resulta que: o envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este realiza em cada encarnação, embora ele encarne no mesmo meio; que os Espíritos superiores, encarnando excepcionalmente, em missão, num mundo inferior, tem perispírito menos grosseiro do que o dos indígenas desse mundo”. (A Gênese – cap. XIV – itens 8,9 e 10).

“Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados”.

“O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas via e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes”.

“Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito, seu invólucro perispirítico, que é constituinte do seu ser e que recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há de, ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se modificar por si próprio”.

“Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta quanto, por sua expansão a sua irradiação, o perispírito com eles se confunde”.

“Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contacto molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se forem maus, a impressão é penosa. Se forem permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades. (idem-item 18)”.

Aparições – “Por sua natureza e em seu estado normal, o perispírito é invisível e tem isto de comum com uma imensidade de fluidos que sabemos existir, sem que, entretanto, jamais os tenhamos visto. Mas, também, do mesmo modo que alguns desses fluidos, pode ele sofrer modificações que o tornem perceptível à vista, quer por meio de uma espécie de condensação, quer por meio de uma mudança na disposição de suas moléculas. Aparece-nos então sob uma forma vaporosa.

“A condensação (preciso é que não se torne esta palavra na sua significação literal; empregamo-la apenas por falta de outra e a título de comparação), a condensação, dizemos, pode ser tal que o perispírito adquira as propriedades de um corpo sólido e tangível, conservando, porém, a possibilidade de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível...”.

“Esses diferentes estados do perispírito resultam da vontade do Espírito e não de uma causa física exterior, como se dá com os nossos gases. Quando o Espírito nos aparece, é que pôs o seu perispírito no estado próprio a torna-lo visível. Mas, para isso, não basta a sua vontade, porquanto a modificação do perispírito se opera mediante sua combinação com o fluido peculiar ao médium. Ora, esta combinação nem sempre é possível, o que explica não ser generalizada a visibilidade dos Espíritos. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se; não basta tão pouco que uma pessoa queira vê-lo; é necessário que os dois fluidos possam combinar-se, que entre eles haja uma espécie de afinidade e também porventura, que a emissão do fluido da pessoa seja suficientemente abundante para operar a transformação do perispírito e, provavelmente, que se verifiquem ainda outras condições que desconhecemos. É necessário, enfim, que o Espírito tenha a permissão de se fazer visível a tal pessoa, o que nem sempre lhe é concedido, ou só o é em certas circunstancias, por motivos que não podemos apreciar”. (O Livro dos Médiuns – cap.VI, nº 105).

Bicorporiedade e transfiguração – São variedades do fenômeno das manifestações visuais.

... “Assentam ambos no principio de que tudo o que ficou dito, das propriedades do perispírito após a morte, se aplica ao perispírito dos vivos... Mas, o Espírito, quer o homem esteja vivo, quer morto, traz sempre o envoltório semimaterial que, pelas mesmas causas de que já tratamos, pode tornar-se visível e tangível (Idem – Cap. VII –nº 114)”.

... “Isolado do corpo, o Espírito de um vivo pode, como o de um morto, mostrar-se com todas as aparências da realidade. Demais, pelas mesmas causas que temos exposto, pode adquirir momentânea tangibilidade. Este fenômeno conhecido pelo nome de bicorporiedade foi que deu azo às historias de homens duplos, isto é, de indivíduos cuja presença simultânea em dois lugares diferentes se chegou a comprovar. (idem nº 119)”.

“A transfiguração, em certos casos, pode originar-se de uma simples contração muscular, capaz de dar à fisionomia expressão muito diferente da habitual, a ponto de tornar quase irreconhecível a pessoa... No fenômeno com que nos ocupamos, há mais alguma coisa. A teoria do perispírito nos vai esclarecer”.

“Esta admitido que o Espírito pode dar ao seu perispírito todas a aparências; que, mediante uma modificação na disposição molecular, pode dar-lhe a visibilidade, a tangibilidade e, conseguintemente, a opacidade; que o perispírito de uma pessoa viva, isolado do corpo, é passível das mesmas transformações; que essa mudança de estado se opera pela combinação dos fluidos. Figuremos agora o perispírito de uma pessoa viva, não isolada, mas irradiando-se em volta do corpo, de maneira a envolve-lo uma espécie de vapor. Nesse estado, passível se torna das mesmas modificações de que o seria, se o corpo estivesse separado. Perdendo ele a sua transparência, o corpo pode desaparecer, tornando-se invisível, ficar velado, como se mergulhado numa bruma. Poderá então o perispírito mudar de aspecto, fazer-se brilhante, se tal for a vontade do Espírito se este dispuser de poder para tanto. Um outro Espírito, combinando seus fluidos com os do primeiro, poderá, a essa combinação de perispírito, imprimir a aparência que lhe é própria, de tal sorte, que o corpo real desapareça sob um envoltório fluídico exterior, cuja aparência pode variar à vontade do Espírito. Esta parece ser a verdadeira causa do estranho fenômeno e raro, cumpra se diga, da transfiguração “. (idem – nº 123)”.

ÄPenetrabilidade – “Outra propriedade do perispírito inerente à sua natureza etérea é a penetrabilidade. Matéria nenhuma lhe opõe obstáculo: ele atravessa todas, como a luz atravessa os corpos transparentes. Daí vem não haver tapagem capaz de obstar à entrada dos Espíritos. Eles visitam o prisioneiro no seu calabouço, com a mesma facilidade com visitam uma pessoa que esteja em pleno campo. (idem – cap. Nº 106)”.


ÄO Perispírito e a Comunicação Mediúnica

Um Espírito só consegue se manifestar em nosso meio através da combinação de seus fluidos perispiríticos com os fluidos do médium, que passam a formar uma espécie de atmosfera fluídico-espiritual, comum às suas individualidades, atmosfera essa que torna favorável a transmissão do pensamento, que se faz assim de Espírito para alma e esta, pela ação que exerce sobre o corpo, exterioriza o conteúdo desse pensamento pelos diferentes tipos de faculdades (psicofonia, psicografia, etc.).

ÄAlteração Transitória da Forma Perispiritual
No magnífico livro de André Luiz “Libertação” deparamos com os casos de perda ou modificação da forma perispiritual por submissão às ações magnéticas de Espíritos inferiores altamente inteligentes (licantropia), ou mesmo, pela viciação da mente, saturada de impulsos inferiores e de sentimentos de vingança, não conseguindo elevar-se e gravitando em derredor das paixões violentas e absorventes que por muitos anos elegeram como centro de interesses fundamentais, modificando a própria forma perispiritual humana (ovóides).

ÄUnião do Principio Espiritual à Matéria – Encarnação dos Espíritos.

“O Espiritismo ensina de que maneira se opera a união do Espírito com o corpo, na encarnação”.

“Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele”.

“È semimaterial esse envoltório, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à espiritualidade pela sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é extraído do fluido cósmico universal que, nessa circunstância, sofre uma modificação especial. Esse envoltório, denominado perispírito, faz de um ser abstrato, do Espírito, um ser concreto, definido, apreensível pelo pensamento...”.

“O fluido perispirítico constitui, pois, o traço de união entre o Espírito e a matéria. Enquanto aquele se acha unido ao corpo, serve-lhe ele de veiculo ao pensamento, para transmitir o movimento às diversas partes do organismo, as quais atuam sob a impulsão da sua vontade e para fazer que repercutam no Espírito as sensações que os agentes exteriores produzem. Servem-lhe de fios condutores os nervos como, no telégrafo, ao fluido elétrico serve de condutor o fio metálico”.

“Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influencia do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior”.

“Um fenômeno particular, que a observação igualmente assinala, acompanha sempre a encarnação do Espírito. Deste que este é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de perturbação, que aumenta, à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações. (A Gênese – cap. XI – itens 17,18 e 20)”.

ÄSumário:

* O perispírito, ou corpo fluídico do Espírito é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico universal.

* O termo perispírito foi criado por Allan Kardec.

* A noção de um corpo que envolvesse o Espírito esteve presente em inúmeras religiões e filosofias do passado, tomando denominações variadas.

* Do meio onde se encontra é que o Espírito extrai o seu perispírito, isto é, forma esse envoltório a partir dos fluidos ambientes do mundo em que se encontra.

* A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito.

* A constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra.

*O envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este realiza em cada encarnação.

*O envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este realiza em cada encarnação.

*O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias, saneando ou viciando os fluidos ambientes.

* Os fluidos atuam sobre o perispírito; este, a seu torno, reage sobre o organismo material com que se acha em contacto molecular.

* Os fluidos de boa natureza causam uma impressão salutar no corpo. Os maus podem ocasionar desordens físicas.

* Por meio de uma espécie de condensação o perispírito, que normalmente é invisível, pode tornar-se perceptível à vista.

* Pode, o perispírito, chegar a adquirir as propriedades de um corpo sólido e tangível, conservando, porém, a possibilidade de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível.

* A vontade do Espírito é que lhe imprime as modificações que deseje.

* Na comunicação mediúnica forma-se entre Espírito e médium uma atmosfera fluídico-espiritual que permite a transmissão do pensamento e da vontade daquele para este.

* O perispírito pode sofrer transformações transitórias em sua forma desde que o Espírito se submeta passivamente às ações magnéticas de Espíritos inferiores e de sentimentos de vingança ou paixões violentas.

* O fluido perispirítico constitui o traço de união entre o Espírito e a matéria.



ÄBibliografia:

Livro dos Espíritos perg. 23. Allan Kardec, O livro dos Médiuns, Cap. VI e VII; A Gênese, Cap. XI – itens 17, 18 e 20 e Cap. XIV – itens 7 a 11 e 18; O Livro dos Espíritos, questões 93/95 e 257; Obras Póstumas, 1º parte (Manifestação dos Espíritos); Leon Denis, Depois da Morte, Cap. XXI; A Alma é Imortal, 3.º parte – Cap. I; Cristianismo e Espiritismo, (nota complementar n.º 9); Gabriel Delanne, O Espiritismo perante a Ciência – 4.º parte; A Evolução Anímica, Cap. I (A ação psicológica do perispírito); Dr. Antonio J. Freire, Da Alma Humana – Cap. IV; Allan Kardec, Revista Espírita – dez. 1858; junho 1861; janeiro 1865; Gabriel Delanne, Reencarnação – Caps. 2, 7 e 13. Apostila nº 08 do Coem do Centro Espírita “Luz Eterna”.

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